Há 100 anos que não havia mais de 10 mil mortes todos os meses em Portugal

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José Sena Goulão / Lusa

Desde o início do ano que todos os meses morrem mais de 10 mil pessoas em Portugal — valores excecionais de mortalidade, particularmente nos meses de maio e junho.

Há 100 anos que não havia mais de 10 mil mortes todos os meses em Portugal.

Segundo o jornal Expresso, de janeiro a junho morreram, todos os meses, mais de 10 mil pessoas em Portugal.

Os valores de mortalidade registados são particularmente inesperados nos meses de maio e junho, diz o jornal.

Só em 1923, no rescaldo da pandemia de 1918-19 — então popularizada como gripe espanhola por ter tido ampla cobertura no país vizinho — é que se encontra um padrão semelhante ao deste ano.

Embora o número total de óbitos entre janeiro e julho não tenha superado os do mesmo período do ano passado, “a dimensão desta mortalidade já aponta para um novo recuo da esperança média de vida”, acrescenta o semanário.

Entre as diversas explicações para o excesso de mortalidade apontadas pelos especialistas consultados pelo Expresso, apontam-se o calor, o frio e a pandemia de covid-19.

Mas também causas indiretas, como menor acesso a cuidados médicos em virtude da pandemia e impacto do aumento das dificuldades económicas na mortalidade dos mais velhos são apontadas explicação para o número excecionalmente elevado de mortes.

Apesar de o fenómeno da pandemia ter acelerado o aumento do número de óbitos, esta tendência já se sentia nos últimos anos, algo que os especialistas associam ao envelhecimento da população portuguesa que durante as últimas décadas beneficiou de subidas significativas da esperança média de vida.

No fim do ano de 2020, Portugal tinha já registado o ano com maior número de óbitos em Portugal desde 1949. Há mais de 70 anos que Portugal não tinha tantos mortos num só ano.

O “ano negro de 2020” teve 6 picos de mortalidade. Mas a covid-19 só explica dois, e um deles não teve qualquer explicação.

ZAP //

6 Comments

  1. A classe médica e de Enfermagem ainda não tinha descoberto que com greves e falta de zelo podia matar tanto como o Putin, sem precisar de bombas, e provoca mais sofrimento.

    • Espero que no dia em que se encontrar num serviço de urgências à espera de tratamento, se lembre de repetir essa ideia ao médico e ao enfermeiro que o estiver a tratar. Aqui, nestes comentários, o seu comentário tem pouco valor.

  2. Salvo raras exceções para se tratar, nos hospitais privados é preciso ter muito dinheiro ou um bom sistema de saúde, nos hospitais públicos é preciso ter grandes cunhas, e quem nao tiver uma coisa ou outra, bem que morre ou fica gravemente doente. O nosso país a nivel de saúde resume-se a isto. Era preciso outro Marquês do Pombal para pôr este país no rumo certo.

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