Guterres esteve com Putin. “É só paleio. Não foi nada tratar da paz”

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EPA/GRIGORY SYSOEV / BRICS-RUSSIA2024.RU

António Guterres cumprimenta Vladimir Putin na cimeira BRICS

Secretário-geral da ONU discursou na cimeira BRICS. “Normalizou um criminoso” e não foi à cimeira da paz organizada pela Ucrânia.

António Guterres foi à Rússia, nesta quinta-feira. Mais precisamente em Kazan, cidade russa que recebe a cimeira dos BRICS.

Os BRICS – fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – é um grupo de países com denominado mercado emergente.

No seu discurso, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu cessar-fogo imediato em Gaza e apelou à paz no Líbano e na Ucrânia.

Precisamos de paz em todo o lado. Precisamos de paz em Gaza com um cessar-fogo imediato e uma libertação imediata e incondicional de todos os reféns”, comentou Guterres.

O dirigente português também falou na Ucrânia. Pediu “uma paz justa, em conformidade com a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e as resoluções da Assembleia Geral”.

Além deste discurso, o líder da ONU esteve com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, num dos vários encontros bilaterais de Putin nesta semana.

Mas Guterres não foi nada tratar da paz, segundo o comentador José Manuel Fernandes.

O comentador foca-se nessa reunião com Putin – depois de Guterres não ter ido à cimeira da paz organizada pela Ucrânia, em Junho: “Não foi a essa cimeira, mas achou que não podia faltar à cimeira dos BRICS na Rússia e, mais do que isso, que não poderia deixar de ter um encontro com Vladimir Putin e aparecer várias vezes a cumprimentá-lo de forma calorosa“.

As diversas condenações mundiais a este gesto de António Guterres são aprovadas por José Manuel: “Guterres não tem servido para praticamente nada na guerra na Ucrânia. Com o gesto de ontem, normalizou um criminoso“.

“Foi um comportamento lamentável. Obviamente que o argumento que foi lá tratar da paz é um argumento que não casa. Não avançou um milímetro, nada. Não vai avançar nada. É paleio. É paleio, pronto. Não passa de paleio. São justificações daquela máquina gigantesca e muito bem paga da ONU“, continuou, na rádio Observador.

Já Adriana Boersner Herrera, professora de Ciência Política, acha que esta reunião é “significativa e controversa”.

“Guterres pode estar a tentar facilitar um acordo de paz, reforçar a posição da organização sobre a guerra na Ucrânia e responder às preocupações dos membros dos BRICS relativamente à representatividade de instituições internacionais como a ONU. Em última análise, desempenha as funções de secretário-geral da ONU e representa uma organização internacional”, cita o Expresso.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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13 Comments

  1. Por uma vez, concordo com o comentador. Foi fora de propósito e no momento errado.
    De resto, toda a gente sabe que a ONU é uma máquina de bons ordenados e muita corrupção (recordem o escândalo do programa Food For Oil, pouco antes da guerra no Iraque). Caiu tudo no esquecimento.

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    • Antes pelo contrário, Guterres não pode isolar-se do lado do ocidente, tem que ter canais abertos com estes países totalitários e ditadores de forma a poder mover influências no seu seio.
      É um sapo que temos que engolir e mais o Guterres que tem que ouvir toda a sorte de gente que lhe mina a dignidade.

  2. O Pantanoso Guterres a expandir os “pantanos” a nivel mundial. Felizmente está quase a vir embora e a deixar de envergonhar Portugal!

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    • Vai continuar a envergonhar porque vai ser candidato á presidencia.
      Este “senhor” é o perfeito exemplo de alguém subserviente, sem espinha dorsal, que apenas procura “Tachos”. Este é o verdadeiro António Guterres. Só quem não o conhece…

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  3. O guterres… antes de tudo ele é uma pessoa. E claro que ideologicamente ele é de esquerda, e claro teem em putin, e todos mais uns amigos…

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  4. Se vai é porque vai, se não vai é porque nâo vai, os contra arranjam sempre forma de condenar.
    Uma coisa tenho a certeza, se todos fossem como ele, não existia guerra nenhuma.

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  5. Este picareta falante que saia do cargo o quanto antes. Israel tem toda a razão a respeito dele. Esta viagem do picareta foi fogo de vista, foi sá para sobreviver no cargo. Sabe-se que, suberrepticiamente ele faz o jogo entre árabes (irão incluido) e Putin. Ele teve sempre uma postura pantanosa, como, alás, cá em Prtugal. Com esta ONU que temos atualmente é o mesmo que não ter nada. É um verbo de encher, Ainda bem que já não falta muito para este gajo ir para casa.

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  6. Provavelmente foi convidado e fez bem em ir. Ignorar que os BRICS representam 47% da população mundial e 31,5% do PIB global, inclui 2 membros permanentes do conselho de seguração da ONU e 3 potências nucleares é que uma completa burrice, a ONU não é um organismo dos países ocidentais, é uma instituição global, como tal tem de procurar exercer esse papel, por mais infrutíferas que sejam as démarches de António Guterres, que manifestamente não tem peso político para a função que exerce.

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  7. José Manuel Fernandes nunca valeu nada como jornalista e como diretor do Público foi ainda pior, censurando quem não dizia o que ele queria. E ainda há quem lhe ofereça tribuna para publicitar os seus dislates.

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    • A esse sr..fernandes falta a credibilidade..seja politica,seja profissional.
      Mentiu ,enquanto director do Publico…consequ~encia..foi despedido pelo dono do jornal Eng. Belmiro de Azevedo. No seu percurso politico.. andou a ziguezaguiar entre a extrema esquerda..UDP e a quase extrema direita.

  8. Os partidos desconexos de realidade devem muito à falta de coerência na análise da comunicação social:
    Há problemas no seio da ONU e não se sanam em dois dias;
    É muito mais importante a ONU estar próxima e comunicante com os prevaricadores que com o ocidente que já se conhece e não cria risco;
    Se de há 10 anos a esta parte não se conseguiu travar Putin, seria agora num estalar de dedos sem uma aproximação?
    E o resto dos países presentes devem ver a ONU como algo que está de fora, estritamente ao lado do ocidente?
    Pareceu-me ter ouvido Guterres a condenar a guerra na Ucrânia, e as guerras em geral, numa mesa com todos o líderes, muitos de estados totalitários, e é assim a assertividade.

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