Guiné-Bissau. Presidente ameaça prender embaixadores que reconheçam a nova ministra dos Negócios Estrangeiros

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Andre Kosters / EPA

Umaro Sissoco Embalo, o novo Presidente da Guiné-Bissau

Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais da Guiné-Bissau pela Comissão Nacional de Eleições, avisou na quinta-feira que vai mandar prender qualquer embaixador do país que acate a ordem de substituição da chefe da diplomacia, anunciada pelo primeiro-ministro.

Evocando motivos pessoais e políticos, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzy Barbosa, pediu a demissão do cargo, em 24 de janeiro, e o primeiro-ministro, Aristides Gomes, através de um despacho, aceitou o pedido, ordenando a sua substituição no Governo pela ministra da Justiça, Ruth Monteiro, noticiou a agência Lusa.

Para Sissoco Embaló, o ato de Aristides Gomes “não tem nenhum cunho legal e não deve ser acatado pelos embaixadores” do país no exterior. “Mas, qualquer embaixador que acatar a ordem de Aristides Gomes, quando eu tomar posse, a partir do dia 27, volta para o país sob custódia, preso”, declarou Sissoco Embaló.

Para Sissoco Embaló, um despacho nunca pode revogar um decreto presidencial e Aristides Gomes “devia-se preocupar em pagar os salários” aos funcionários públicos.

Suzy Barbosa, deputada e membro do comité central do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), pediu a demissão do cargo de chefe da diplomacia guineense, na sequência de críticas de que foi alvo ao ter sido vista na companhia de Sissoco Embaló, nas visitas que este tem efetuado a vários países.

No despacho da sua substituição, o primeiro-ministro anunciou que Suzy Barbosa está impedida de falar ou agir em nome da diplomacia e do Governo da Guiné-Bissau.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) divulgou em 01 de janeiro os resultados provisórios da segunda volta das eleições presidenciais, sem, segundo o Supremo Tribunal de Justiça, ter terminado o apuramento nacional.

Na sequência de um recurso de contencioso eleitoral, de Domingos Simões Pereira, apoiado pelo PAIGC, o Supremo Tribunal de Justiça já tinha emitido um acórdão a pedir o cumprimento do artigo 95.º da Lei Eleitoral, tendo mais tarde, numa aclaração, insistindo na necessidade de realizar o apuramento nacional.

A CNE, por seu lado, tem alegado que concluiu o processo com a divulgação dos resultados definitivos, que dão a vitória a Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), com 53,55% dos votos, enquanto Domingos Simões Pereira teve 46,45%.

ZAP //

2 Comments

  1. Ohhhh….Joacine, há esturro no País onde Nasceste. Vê lá se fazes uma viagem para por ordem Politica no País, e porque não candidatar-te a Presidência dessa nobre Republica na mesma ocasião???…….

  2. Mas que país, meu deus! Nunca vem de lá uma notícia que seja reveladora de bom senso, do funcionamento equilibrado dos órgãos do estado. É só mediocridade, infantilidade e radicalismo.

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