Umaro Sissoco Embaló eleito Presidente da Guiné-Bissau

Andre Kosters / EPA

Umaro Sissoco Embalo, o novo Presidente da Guiné-Bissau

O candidato do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) venceu, esta quarta-feira, as eleições Presidenciais da Guiné-Bissau.

Segundo os resultados apresentados, esta segunda-feira, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), Umaro Sissoco Embaló foi eleito Presidente da Guiné-Bissau com 53,55% dos votos, tendo vencido nas regiões de Pombali, Quinara, Oio, Bafatá, Gabu e Cacheu.

O candidato derrotado Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), obteve 46,45% dos votos e só ganhou nas regiões de Biombo, Bolama/Bijagós, diáspora e setor autónomo de Bissau.

Votaram 555.521 eleitores (71,92 %) e a abstenção foi de 27,33%, uma subida em relação à primeira volta quando se abstiveram mais de 25%.

O vencedor das eleições presidenciais disse que é o Presidente de todos os guineenses e que vai promover a concórdia nacional. “Penso que já acabou a euforia da campanha agora sou o Presidente da República de todos os guineenses e é o momento de estender a mão a todos para batizarmos uma nova Guiné”, afirmou em declarações aos jornalistas numa unidade hoteleira em Bissau.

“Eu, como disse, reformulo outra vez ser um Presidente da concórdia nacional, um homem de rigor, de disciplina, de combate à corrupção e à droga. Isso, eu mantenho. A Guiné não será aquele Estado que permite a cada um falar da Guiné como quer. Agora há um homem de Estado”, salientou.

Embaló afirmou também que os guineenses vão passar a sentar-se à mesa para resolver os seus problemas e que “não haverá imiscuições”, porque a Guiné-Bissau é uma “República soberana e independente”.

“Não há um Estado pequeno, há países pequenos, mas todos os Estados são iguais. Vim da esfera das forças armadas e vou aplicar a minha sabedoria e ouvir os conselhos dos guineenses, não do exterior, o conselho dos meus irmãos da Guiné, que votaram em mim, porque tenho um compromisso com eles”, frisou.

Questionado sobre se o seu adversário na corrida às Presidenciais já lhe tinha telefonado, o Presidente eleito disse que ainda não. “Há um Presidente eleito, nós somos irmãos, e ele é presidente do PAIGC e eu não posso excluir Domingos Simões Pereira porque 46% da população da Guiné-Bissau votou nele. Tenho de utilizar estes 46% para que sintam também que sou o candidato deles”, vincou.

O candidato derrotado já admitiu impugnar os resultados eleitorais para garantir que correspondem efetivamente à vontade dos guineenses.

“Depois de tudo o que vi, ouvi e sei não tenho dúvidas de que o povo guineense nestas eleições presidenciais nos deu a vitória. Não tenho dúvidas de que conquistámos a vitória nestas eleições presidenciais e a minha primeira palavra é dirigida aos milhares de militantes e simpatizantes do nosso partido”, afirmou Simões Pereira, perante dezenas de apoiantes na sede do partido.

“Se tenho a convicção que o povo guineense nos dá a vitória nestas eleições presidenciais significa que os resultados provisórios agora publicados pela Comissão Nacional de Eleições estão profundamente impregnados de irregularidades, de nulidades, de manipulações, que consubstancia e une àquilo que consideramos um roubo e não podemos aceitar“.

ZAP // Lusa

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