Guerra na Ucrânia: a competição para ver “quem fica primeiro sem gente”

Alessandro Guerra / EPA

Por um lado, a Ucrânia perde menos soldados nos combates. Por outro, a Rússia tem uma reserva muito maior.

Rússia e Ucrânia prolongam uma guerra que começou há mais de um ano e meio e que não deverá acabar em breve.

Nesta fase, a Rússia está a tentar levar a Ucrânia até à exaustão, para ver se os ucranianos ficam sem soldados no terreno.

Yevhen Dykyi, analista político e militar, resume: “Na verdade, agora há uma competição para ver quem fica sem gente primeiro“.

Segundo o antigo comandante do batalhão Aidar, do exército ucraniano, sublinha que os recursos humanos são essenciais.

“Até agora, tanto nós quanto os russos temos uma reserva de força. E é por isso que existe uma competição quando o recurso principal – as pessoas – se esgota”.

Yevhen acrescentou, no canal TSN, que a Ucrânia tem um ponto a favor nesta “competição”: a Rússia está a perder muito mais soldados nos combates.

“Não me guio apenas pelos nossos dados. Também existem dados de observadores independentes. A proporção de perdas indica que a Rússia pode ter perdas 5 vezes maiores do que a Ucrânia”, contabilizou.

Por outro lado, a Rússia tem uma vantagem: uma reserva de mobilização muito maior. Pode recrutar até 700 mil soldados por ano, segundo o analista.

Nesta altura, continuou, a Rússia tem um recrutamento de 20 mil soldados por mês: “É suficiente para ‘remendar’ as perdas”.

“E os russos conseguem recrutar 200 mil pessoas de cada vez, três vezes por ano”, acredita o analista militar.

Apesar de lutar com um “número muito menor” de soldados na linha da frente, a Ucrânia tem resistido à Rússia e ainda consegue contra-ataques.

ZAP //

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