A guerra na Ucrânia está mesmo em banho-maria?

Miguel A. Lopes / Lusa

Navio russo destruído, ataques em Kursk, menores retirados em Donetsk, novos cortes de energia. Os últimos passos no conflito.

A guerra na Ucrânia foi um dos temas centrais no debate na RTP com todos os candidatos às eleições europeias de partidos que não têm qualquer deputado na Assembleia da República portuguesa.

Duas frases destacaram-se: uma de Márcia Henriques (RIR) e Pedro Ladeira (Nós, Cidadãos).

Márcia Henriques contou que tinha estado naquele dia com Maryna Mykhaylenko, embaixadora da Ucrânia em Portugal. E revelou que a embaixadora lhe disse que a situação na Ucrânia é menos grave do que tem passado nos telejornais em Portugal.

Minutos depois, Pedro Ladeira contou que tinha falado com amigos ucranianos, que lhe disseram que “não há guerra, que a guerra está em banho-maria“.

E está?

É verdade que o fluxo de notícias sobre o conflito é bem menor do que acontecia nos dois anos anteriores.

Também é verdade que o número de ataques e contra-ataques também já foi maior.

Nessas duas escalas, entende-se a comparação.

Mas a guerra continua. E, se olharmos só para os últimos dias, verificamos continua a haver desenvolvimentos.

Ontem à noite, quinta-feira, os serviços de informações militares da Ucrânia anunciaram a destruição de mais um navio da Rússia, neste caso um rebocador russo Saturn que se encontrava na costa ocidental da península da Crimeia.

Também ontem, de manhã, o Ministério da Defesa da Rússia revelou que destruiu um míssil de cruzeiro ucraniano Neptun.

Segundo o Kremlin, as forças russas melhoraram as suas posições nas regiões de Kharkiv e Donetsk – a tal ponto que, perante esta ofensiva, a Ucrânia ordenou a retirada de menores em Donetsk.

No início desta semana, a Ucrânia confirmou que, pela primeira vez, atacou a Rússia com armas ocidentais. Já nesta quinta-feira, Joe Biden assegurou que armas dos EUA não vão atingir Moscovo ou Kremlin.

Os russos levaram a cabo nova vaga de bombardeamentos e a Ucrânia prepara-se para novos cortes de energia: houve destruição em grande escala das infraestruturas energéticas; a Ucrânia perdeu mais de 9GW de capacidade de produção de electricidade – e os ataques russos não páram.

Também no início da semana, os ucranianos intensificaram os ataques a Kursk, ao mesmo tempo que pressionam Belgorod.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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