Ficheiro do FBI revela (outra) guerra secreta de Putin na Europa

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Charles Platiau / EPA

Volodymyr Zelenskyy, Angela Merkel, Emmanuel Macron e Vladimir Putin

Alemanha seria um alvo mais fácil para o Kremlin. A operação da Rússia seria para manipular políticos, empresários ou jornalistas.

O FBI denunciou na semana passada que Vladimir Putin tinha ordenado uma campanha secreta psicológica, para influenciar eleitores dos EUA com propaganda política e desinformação.

Dois cidadãos russos foram acusados, mais de 30 domínios de internet foram identificados – todos para tentar influenciar as eleições presidenciais de Novembro.

Mas o Politico avança mais: o FBI também detectou uma operação russa para manipular políticos, empresários, jornalistas e outros influenciadores da Europa.

Esta (outra) guerra psicológica secreta teria como alvos figuras de Alemanha, França, Itália e Reino Unido.

A prioridade do Kremlin seria dividir a Europa, fazer com os que esses europeus deixassem de acreditar no Governo dos EUA e tentar colocar o povo contra o apoio à Ucrânia.

Para isso, chegavam ao público-alvo com publicações e comentários reais nas redes sociais, para contornar os filtros de bots das plataformas.

Tudo para criar nesses europeus reacções racionais – como, “afinal, por que é que nós precisamos de ajudar a Ucrânia?” – e reacções emocionais – como “os norte-americanos são canalhas!'”.

O relatório do FBI mostra que os russos criaram na internet domínios doppelgänger: são escritos de forma idêntica a domínio legítimo, mas sem o ponto entre o host/subdomínio e o domínio.

Falsificaram meios de comunicação social conceituados: Reuters, Der Spiegel, Bild, Le Monde, Le Parisien, Welt, FAZ, ou Süddeutsche Zeitung. Tudo para disseminar artigos e conteúdos falsos, mas que parecessem verdadeiros.

A sequência seria: primeiro desacreditar os EUA, depois o Reino Unido, depois a NATO. Mais tarde, convencer os alemães a serem contra as sanções contra a Rússia. Os criminosos terão reparado que a Alemanha era um alvo particularmente vulnerável à influência russa.

Além disso, iriam tentar escalar as tensões internas, nomeadamente na França e na Alemanha, onde queriam desestabilizar a sociedade.

Nessa sequência, outro objectivo era influenciar conflitos reais e criar conflitos, novamente através de artigos falsos, ou influenciadores, publicações e comentários nas redes sociais.

ZAP //

2 Comments

  1. Acrescento apenas que uma Europa dividida não é um desejo apenas da Rússia.

    EUA, Reino Unido e China estão no lote dos que, se dependesse deles, a UE acabava hoje!

    Nota pessoal: A UE que temos podia efetivamente acabar hoje. Não serve de grande coisa. Mas a UE de ‘hoje’ servirá de base à UE de ‘amanhã’, e essa, é a que devemos preservar, porque num mundo cada vez mais polarizado, estamos (Europeus) em risco de sermos banalizados se não mostrarmos em 20, 30… 50 anos, uma frente totalmente unida: Económica, politica, social e militarmente.

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