Guerra estende-se ao Mar Vermelho. Maior ataque huthi até à data travado por Londres e EUA

Yahya Arhab/EPA

Huthis protestam contra operação multinacional destinada a proteger a navegação no Mar Vermelho.

Rebeldes apoiados pelo Irão, que agem em defesa da Palestina, dispararam 18 drones e três mísseis. Coligação internacional criada para impedir sabotagem de uma das principais rotas comerciais do mundo repeliu ataque.

O ministro da Defesa britânico, Grant Shapps, disse hoje que as forças do Reino Unido e dos EUA repeliram esta quarta-feira “o maior ataque” dos rebeldes Huthi “até à data” no Mar Vermelho.

“Durante a noite, o navio britânico HMS Diamond e os navios de guerra americanos repeliram com sucesso o maior ataque até à data dos Huthi apoiados pelo Irão no Mar Vermelho”, escreveu o ministro na rede social X.

Foram disparados pelos rebeldes 18 drones e três mísseis num “ataque complexo”, informou o exército dos EUA.

“Os Huthis, apoiados pelo Irão, lançaram um ataque complexo de conceção iraniana, no sul do Mar Vermelho, utilizando drones, mísseis de cruzeiro antinavio e um míssil balístico antinavio”, declarou o Comando dos EUA para o Médio Oriente (Centcom).

Os drones e os mísseis foram abatidos por caças do porta-aviões norte-americano Dwight D. Eisenhower, três contratorpedeiros norte-americanos e um navio de guerra britânico, o HMS Diamond, afirmou o Centcom em comunicado, garantindo que não houve “danos ou feridos” em resultado dos ataques.

As forças internacionais destacadas no Mar Vermelho responderam a um incidente de segurança ao largo da costa do norte do Iémen, uma região sob o controlo dos Huthis, tinha informado anteriormente a agência britânica de segurança marítima UKMTO.

“A UKTMO recebeu informações sobre um incidente a cerca de 50 milhas náuticas [93 quilómetros] a oeste de Hodeida [porto iemenita] envolvendo drones. As forças da coligação intervieram”, declarou a agência britânica na rede social X, aconselhando os navios a viajarem “com precaução” no Mar Vermelho.

De acordo com a Centcom, este foi o 26.º ataque que visou a navegação comercial no Mar Vermelho desde meados de janeiro.

Sabotagem a navios desde o ataque do Hamas

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, agravou-se a situação no Mar Vermelho devido às ações armadas dos Huthis — que controlam uma grande parte do Iémen — de apoio ao movimento palestiniano. O objetivo do grupo é impedir o tráfego marítimo internacional, alegando solidariedade com os palestinianos em Gaza.

Os rebeldes afirmaram que estão a atacar os navios que viajam para Israel com drones e foguetes, embora não ainda não seja claro se todos os navios atacados se dirigiam realmente ao território israelita.

Os Huthis têm como alvo os navios que viajam através do Estreito de Mandeb, também conhecido como Portão das Lágrimas, um canal de 32 quilómetros de largura conhecido com fama de ser perigoso de navegar. A área está entre o Iémen, na Península Arábica, e Djibuti e Eritreia, na costa africana e é a importante rota pela qual os navios podem chegar ao Canal de Suez vindos do sul.

O principal aliado de Israel, os EUA, criou em dezembro uma coligação internacional — com a participação do Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Holanda, Noruega, Seicheles e Espanha — para proteger o tráfego marítimo dos ataques dos Huthis nesta zona estratégica, por onde passa 12% do comércio mundial.

ZAP // Lusa

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