Kiko Huesca / EPA

Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol
As declarações do general da Guardia Civil espanhola, este domingo, geraram críticas de vários partidos da oposição, que pediram esclarecimentos ao Governo socialista.
De acordo com o jornal La Vanguardia, o general da Guardia Civil, José Manuel Santiago, foi questionado, este domingo, numa conferência de imprensa no Palácio da Moncloa, sobre como as autoridades estavam a combater as notícias falsas sobre a covid-19.
“Por um lado, evitar o stress social que estas notícias falsas provocam e, por outro, minimizar o clima contrário à gestão da crise por parte do Governo”, disse Santiago aos jornalistas, na residência oficial do primeiro-ministro espanhol.
As declarações do general geraram críticas, nomeadamente de vários partidos da oposição, desde o Partido Popular (PP), Ciudadanos e Vox, que pediram desde logo esclarecimentos ao Executivo socialista.
Entretanto, o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, considerou que as declarações de Santiago se trataram de um “lapso” e que, “evidentemente”, as forças de segurança não combatem a desinformação na Internet com o objetivo de evitar as críticas ao Governo.
“As notícias falsas têm como objetivo causar um grande alarme social com risco à ordem pública. A crítica política não entra neste campo, porque isso é liberdade de expressão”, sublinhou Marlaska.
“Evidentemente, a crítica é a coisa mais saudável num estado de direito e ainda mais nesta circunstância”, afirmou ainda.
Por seu lado, a Guardia Civil também quis esclarecer as palavras do general e, através de um comunicado, garantiu que o seu trabalho se destina “exclusivamente a detetar desinformação que gera um alto nível de stress e alarme social, especialmente em questões de saúde”.
Um trabalho que, assegura, “é sempre realizado com respeito escrupuloso pelo direito à liberdade de expressão e à crítica”, afirmando ser “um dos principais garantidores da liberdade de expressão“.
O Governo de Pedro Sánchez já tinha sido alvo de críticas dos meios de comunicação espanhóis, tendo chegado mesmo a fazer um boicote ao que chamaram de “conferências-farsas” do primeiro-ministro.