O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó acusou, no domingo, o governo venezuelano de ter bloqueado estradas para impedi-lo de chegar a uma manifestação no estado de Lara, oeste do país.
“A ditadura bloqueou estradas, hoje [domingo] a ditadura não nos permite chegar a Barquisimeto. Eles tentaram deter-nos, tentaram nos assediar hoje, mas não se preocupem, estamos bem, somos fortes”, disse o líder da oposição, num áudio enviado ao jornalistas.
Guaidó não especificou de que forma é que foi impedido de chegar à cidade de Barquisimeto, capital de Lara, onde se reuniam milhares de pessoas que esperavam vê-lo. O autoproclamado Presidente interino já anunciou uma nova convocação em Lara para o próximo fim de semana.
No dia 19 de abril, Juan Guaidó convocou os venezuelanos para uma “grande mobilização” no dia 1 de maio contra o regime e para assinalar o Dia do Trabalhador. “Convocamos todo o povo para a maior marcha da história da Venezuela, para exigir que acabe a usurpação e que se termine esta tragédia”, disse.
Juan Guaidó falava em Caracas, numa assembleia de cidadãos que teve lugar na Praça Bolívar de Chacao, no leste da capital, durante a qual sublinhou que a marcha de 1 de maio é uma etapa da Operação Liberdade. “É um momento importante para construir a luta de todos os venezuelanos”, disse.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder do parlamento, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro. Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio da maioria da comunidade internacional e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou mais de 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU. Na Venezuela residem cerca de 300 mil portugueses ou luso-descendentes.
// Lusa