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Guaidó agradeceu ao “mundo” e a Portugal. Maduro pede ajuda ao Papa

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Cristian Hernandez / Lusa

O presidente do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, que se autoproclamou Presidente interino venezuelano e esta segunda-feira recebeu o reconhecimento concertado de vários países europeus, agradeceu ao “mundo” e a Portugal por ter reconhecido a sua legitimidade para convocar eleições naquele país.

“Obrigado ao Governo de Portugal pelo seu apoio a esta solução pacífica para a crise na Venezuela. A nossa luta é pelo resgate da democracia, pela ajuda humanitária imediata e pela reconstrução do país”, escreveu Guaidó no Twitter.

O Governo português, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros reconheceu esta segunda-feira Juan Guaidó como Presidente interino venezuelano, apoiando a sua legitimidade para “convocar eleições livres e justas na Venezuela”.

Portugal juntou-se a outros países da União Europeia como Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Áustria ou Holanda, que reconheceram o presidente da Assembleia Nacional como presidente interino da Venezuela, após expirar um prazo de oito dias para que o Presidente Nicolás Maduro convocasse eleições presidenciais antecipadas naquele país.

A estes países somam-se a Bélgica, Luxemburgo, Suécia, Dinamarca, República Checa, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, Finlândia e a Croácia – 18 países no total.

A Itália, apesar de defender a convocação de eleições livres, não avançou para o reconhecimento de Guaidó. Para o Governo grego, o “diálogo político é a única forma de ultrapassar diferendos”.

Em conferência de imprensa junto ao Parlamento, Guaidó pediu aos militares que permitam a entrada de ajuda humanitária no país, alertando que, caso contrário “morrerá muita gente”. Pediu ao povo venezuelano que “proteja” essa ajuda humanitária”, uma vez que “se sabe bem a pressão a que os soldados das forças armadas estão submetidos”, disse. Entre vários pedidos, deixou ainda um apelo à Itália, “país nosso irmão”, pedindo que não se mantenha alheada, que fique por perto da situação da Venezuela.

Durante toda a tarde de ontem, Guaidó multiplicava os agradecimentos aos vários países que o reconheceram como Presidente interino legítimo. A primeira mensagem a ser publicada foi dirigida a Espanha e ao chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez.

Guaidó conta já com o apoio dos Estados Unidos, Brasil, Colômbia, Canadá, a Organização dos Estados Americanos (OEA), e os restantes países do Grupo de Lima.

Maduro quer “reverter integralmente” relações

Todos os países que reconheceram Guaidó vão ver as as suas relações bilaterais com a Venezuela revistas devido a este mesmo reconhecimento.

“O Governo da República Bolivariana da Venezuela irá rever integralmente as relações bilaterais com esses governos, a partir deste momento, até que se produza uma retificação que descarte a seu apoio aos planos golpistas e se caminhe para o respeito estrito pelo direito internacional”, adiantou um comunicado do Ministério de Relações Exteriores venezuelanos.

No documento, divulgado em Caracas, o Governo de Maduro apela “aos governos europeus para que transitem pelo caminho da moderação e do equilíbrio, para que sejam capazes de contribuir construtivamente para uma via política, pacífica e dialogada, que permita abordar as diferenças entre as forças políticas venezuelanas”.

Na mesma nota, a Venezuela expressa “a mais forte condenação da decisão adotada por alguns governos da Europa, na qual se unem oficialmente à estratégia da administração norte-americana para derrubar o Governo legítimo do presidente Nicolás Maduro, que o povo venezuelano escolheu de forma soberana, livre e democrática”.

Em entrevista ao canal de televisão italiano SkyTG24, Maduro revelou que escreveu ao Papa Francisco a pedir a sua ajuda e mediação na crise que a Venezuela enfrenta.

“Enviei uma carta ao Papa Francisco. Disse-lhe que estou ao serviço da causa de Cristo (…) e, nesse espírito, pedi a sua ajuda no processo de facilitação e de reforço do diálogo”, disse Maduro durante a entrevista, realizada em Caracas.

“Os Governos do México e do Uruguai, todos os Governos caribenhos, no seio da Caricom (Comunidade do Caribe), e a Bolívia pediram uma conferência para o diálogo no dia 7 de fevereiro (…). Eu pedi ao Papa para fazer os seus maiores esforços, para nos ajudar no caminho do diálogo. Espero receber uma resposta positiva”, disse Maduro.

A União Europeia e o Uruguai anunciaram, no domingo, a primeira reunião do grupo de contacto, para o dia 7 de fevereiro, em Montevidéu, com o objetivo de promover a organização de novas eleições na Venezuela.

Maduro instou a Europa a “não ser arrastada pelas loucuras de Donald Trump”, referindo-se ao Presidente dos Estados Unidos, que também reconheceu Guaidó e deixou a porta aberta para ação militar na Venezuela. “Eu digo ao mundo: precisamos de solidariedade, consciência para não ceder à loucura da guerra e transformar a Venezuela num novo Vietname”, disse Maduro

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. Este LOUCo, só poder ser LOUCO, não tem Vergonha. Põe um país inteiro a morrer á fome NUNCA quiz saber do povo p/ NADA. Agora que o fogo lhe está a chegar ao C- pede ajuda ao papa??
    Este mundo cada vez mais tem gentalha a frente dos países que os destrói completamente. É de lamentar a Venezuela era um país prospero c/ tudo p/ ser um dos mais bem sucedidos. Entrou p/ o governo o Chaves (um Ladrão e vigarista) este Maduro ainda é mil vezes PIOR.
    No final quem se lixa é povo não são so politicos. A esses outros iguais a ele vão-lhe dar a mão. Já vimos isto outras vezes…

      • Sr António Joaquim Lucas não é preciso ofender as pessoas. A verdade é que o Maduro parece uma anedota, está louco pelo poder como o Lula e fazem coisas que nem eles vêm o quanto são estapafúrdias. Então o Maduro foi pedir ao Papa para interceder por ele, para que ele continue a cometer os seus crimes contra o povo? Diz ele que o Estado português lhe bloqueou 30 milhões de bolívares que ele ia retirar de cá….com o valor que a moeda deles tem, o que são 30 milhões de bolívares? São uns trocados. E já ele pagou os 92 milhões de € que devia à TAP? Nisso ele não fala. Porque não quer eleições presidenciais livres? Pq sabe que vai perder, o povo não o quer. Estão fartos de fome, miséria, não têm medicamentos, andam a comer cães qdo os apanham e ele bem pançudo a comer do bom e do melhor. Os filhos dele a fazerem vida de ricos, como os do Chavez que apareceram agora em público com um leque de notas na mão, mais parecido com um girassol de grande que era, num país e na Venezuela o povo morre de fome. Aliou-se ao Putin que lhe está a sacar as reservas de ouro…. não há almoços grátis. Pq só aceita as legislativas livres? Todo o mundo sabe que as eleições presidenciais não foram democráticas, tal como tb não têm sido as do Brasil, até agora ao último turno, pq agora as urnas foram fiscalizadas pelos militares, senão o PT tinha ganhado outra vez. Como se justifica que o Haddad que era dado como vencedor com uma grande diferença de percentagem, tivesse perdido por cerca de 10 milhões de votos? Se não tivesse havido fraude nas eleições do Brasil, o Bolsonaro teria ganhado logo no 1º turno. E a Dilma que ia vencer em Minas Gerais, onde teve sempre maioria, perdeu redondamente. É assim nas ditaduras. Com o Salazar tb era ele sempre que ganhava… em Cuba tb os Castro ganharam enquanto quiseram governar.

  2. Disse toda a verdade, só os do PCP estão com ele, mas isso é normal, ele j+a matou o mandou matar dois amigos meus que só queriam liberdade.

      • Fascista sim, ou o sr (a) julga que ser fascista é ser de direita. Essa sua ideia está errada. Tão fascista é a direita, como a esquerda. Vá ao google e informe-se do que lá está bem explicito.

      • Pelos vistos você ignora que comunismo é ditadura e ao mesmo tempo fascismo, anda mal informado!

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