“Estamos a preparar-nos para minimizar os transtornos, mas não podemos ignorar que eles vão ocorrer”, disse o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira.
O ministro Adjunto e da Economia disse esta sexta-feira que “todos” devem estar preparados para os “transtornos” da greve dos motoristas de mercadorias, marcada para 12 de agosto, sobretudo porque decorrerá num período de férias e de incêndios.
“Temos todos de preparar-nos para a ocorrência de uma greve que trará seguramente transtornos para os portugueses, sobretudo num período de férias, num período crítico em termos de emergência e proteção civil, como é uma época de fogos”, disse Pedro Siza Vieira, adiantando que “pode haver transtornos muito significativos”.
O governante falava aos jornalistas à margem de uma cerimónia de apresentação do balanço de três anos da Startup Portugal, em Lisboa. “Estamos a preparar-nos para minimizar os transtornos, mas não podemos ignorar que eles vão ocorrer”, disse Siza Vieira.
O ministro considerou ser importante “manter a tranquilidade, evitar acessos rápidos e muito bruscos aos postos de abastecimento” e garantiu que o Governo está a fazer “todos os preparativos nas várias áreas” para assegurar que o impacto da greve será minimizado.
O governante considerou que o impacto da greve “é muito pouco compreensível”, uma vez que no centro das exigências dos dois sindicatos independentes que marcaram a paralisação estão reivindicações salariais apenas para daqui a dois ou três anos.
“É pouco compreensível que os ganhos significativos que já foram conseguidos [na anterior negociação] possam ser postos em causa por causa de uma reivindicação salarial a propósito de 2021 ou 2022”, defendeu Siza Vieira.
Segundo adiantou, no acordo celebrado há uns meses, “as empresas fizeram grandes cedências”, pelo que agora será difícil ou “praticamente impossível” que as empresas voltem a ir ao encontro do exigido pelos sindicatos.
“Esta greve não visa obter ganhos negociais, os ganhos negociais possíveis já foram feitos”, afirmou o ministro, acrescentando que só em 2021 e 2022 poderá haver condições para avaliar as reivindicações dos sindicatos relativas a esses anos.
Questionado sobre a possibilidade de o Governo avançar para uma requisição civil, Siza Vieira explicou que a mesma só é decretada se os trabalhadores em greve não respeitarem os serviços mínimos. Os trabalhadores que não o fizerem “incorrem em crime de abandono de funções”, afirmou.
A greve está marcada para 12 de agosto e foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM).
ZAP // Lusa