Os trabalhadores ferroviários vão parar a 12 e 13 de junho contra a possibilidade de circulação de comboios com um único agente.
Os sete sindicatos que marcaram as greves consideram que “a circulação de comboios só com um agente põe em causa a segurança ferroviária – trabalhadores, utentes e mercadorias” e defendem, por isso, que “é preciso que não subsistam dúvidas no Regulamento Geral de Segurança (RGS)”.
Todos os sindicatos envolvidos na paralisação tinham já anunciado há dois dias uma greve para dia 4 de junho.
“Como não houve qualquer desenvolvimento ou contacto, apresentámos quinta-feira um novo pré-aviso de greve, desta vez de dois dias, para 12 e 13 de junho”, disse à agência Lusa Luís Bravo, do Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante. Em causa estão alterações ao RGS com o objetivo de reduzir custos operacionais.
Luís Bravo disse que o pré-aviso de greve foi emitido por sindicatos da CGTP, UGT e independentes, porque a redação do RGS, em discussão nos últimos meses, deixa em aberto a possibilidade de os operadores decidirem se colocam um ou dois agentes nos comboios.
Em novembro, os sindicatos dos ferroviários suspenderam uma greve após terem acordado com o Governo que a redação do regulamento de segurança iria ser melhorada de forma a garantir que cada comboio circularia sempre com um maquinista e um revisor ou operador de mercadorias.
“Mas isso não aconteceu, o grupo de trabalho que tratou desta matéria já terminou a sua função e o novo texto dá possibilidade de decisão aos operadores, pondo até em causa as regras da União Europeia”, disse Luís Bravo.
Atualmente, os comboios circulam sempre com dois trabalhadores, exceto na Fertagus que, ao abrigo do RGS, pode funcionar excecionalmente com agente único entre Setúbal e o Pragal.
As greves de 4, 12 e 13 de junho vão abranger todos os trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo e todo o tipo de trabalho das 0h00 às 24h00 desses dias.
O Sindicato dos Maquinistas não está envolvido no protesto, mas alguns destes profissionais poderão paralisar porque estão associados na Federação das Comunicações e Transportes (FECTRANS), uma das estruturas com pré-aviso.
// Lusa