ZAP
Estação CP vazia, em Ermesinde
Todo o mês de Abril vai ter nova paralisação nos comboios em Portugal. Em quatro meses, greves em 62 dias.
Há uma semana terminou a quarta greve na CP em 2023. Daqui a uma semana, vai começar a quinta greve na CP em 2023.
Nesta quinta-feira, o o Sindicato dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro anunciou que vai realizar greve durante todo o mês de Abril, entre os dias 1 e 30 do próximo mês.
A paralisação será realizada no trabalho extraordinário, entre maquinistas e maquinistas técnicos, inspetores de tracção e trabalhadores representados pelo sindicato.
Entre 16 e 22 de Abril, os trabalhadores destas categorias estarão em greve a todo o trabalho suplementar, incluindo ao trabalho em dia de descanso semanal.
A greve é justificada com a “atitude autista e de desconsideração” do Governo e da CP, perante as dificuldades dos trabalhadores e respectivas famílias nesta fase de inflação mais acentuada.
Os trabalhadores querem salários mais altos, valorização da carreira de tracção, melhoria das condições de trabalho nas cabines e instalações sociais, melhoria das condições de segurança nas linhas, “humanização” das escolas de serviço, protocolo de acompanhamento psicológico em caso de colhida de pessoas e acidentes ou o cumprimento integral do acordo assinado com a CP.
“Não resta aos maquinistas outro caminho se não continuar a luta. Nem questões urgentes foram resolvidas – e essa resolução só depende da CP“, avisa o sindicato.
Metade do ano em greve
Esta será a quinta greve neste ano na Comboios de Portugal, como já referimos.
O ano 2023 abriu com uma greve, entre os dias 3 e 8 de Janeiro. Houve nova paralisação entre os dias 8 e 17 de Fevereiro, com cancelamentos ou atrasos até ao dia 21. Depois, de 27 de Fevereiro a 2 de Março e a mais recente entre os dias 10 e 17 deste mês.
Cinco greves em quatro meses. Ou, noutros números, e olhando já para o final de Abril, em 120 dias do ano, houve greve na CP em 62 dias – o equivalente a mais de metade do ano.
Os leitores devem adivinhar que o ZAP não tem acesso aos dados das empresas de comboios de todos os países, mas estes números podem ser recorde mundial neste ano. Ou perto disso.
