Gravuras pré-históricas inéditas encontradas na Catalunha

Institut Català de Paleoecologia Humana i Evolució Social

Uma arte rupestre pré-histórica foi encontrada em La Febro, no sudoeste da Catalunha. A equipa que descobriu as gravuras dentro da Cova de la Vila descreveu-a como “excecional, tanto pela sua singularidade como pelo seu excelente estado de conservação”.

Na gruta da Cova de la Vila, em La Febró, Tarragona, no nordeste de Espanha, foram encontradas mais de 100 gravuras pré-históricas, distribuídas num painel de oito metros, relatou o Arkeonews.

Segundo especialistas, trata-se de uma composição relacionada com a visão do mundo das sociedades agrícolas e dos agricultores da região. Uma das particularidades deste mural é que é feito exclusivamente com a técnica da gravura, com ferramentas de pedra ou madeira.

As gravuras incluem formas que assemelham-se a cavalos, vacas, sóis, e estrelas.

Foi em maio de 2021, durante trabalhos de um grupo de espeleólogos no Barranc de la Cova del Corral, que descobriram a Cova de la Vila, uma cavidade escavada por Salvador Vilaseca nos anos 40 e cujas coordenadas parecem ter sido perdidas.

O conjunto é muito homogéneo do ponto de vista estilístico e apresenta poucas sobreposições, fazendo parte da arte pós-Paleolítica. É uma arte associada às comunidades camponesas e pecuárias durante o período de transição entre o Calcolítico e a Idade do Bronze, ou seja, entre 5.000 e 3.000 anos a.C..

Na Catalunha, estes tipos de conjuntos, em cavidades subterrâneas, são muito raros, sendo o caso da Sala dels Gravats da Cova de la Vila excecional por estarem dentro de uma caverna e possivelmente associados a um contexto arqueológico.

Estes tipos de representações são pouco comuns em território catalão, mas há alguns exemplos: a Gruta de Vallmajor, em Albinyana, Baix Penedès; La Pileta e Nerja, em Málaga; La Murcielaguina, em Córdoba; as grutas Los Enebralejos, em Segóvia; a Galera del Flex, em Burgos; ou a Gruta Maja, em Soria.

As gravuras estão em condições excecionais, mas são extremamente frágeis devido à instabilidade do suporte em que se encontram, informou a publicação. Por ser uma superfície macia e húmida, as alterações nas condições atmosféricas da sala podem afetar a conservação do painel.

Para assegurar as condições climatéricas, os responsáveis fecharam o exterior e o interior, assegurando a sua conservação.

A coleção de arte rupestre da Sala dels Gravats da Cova de la Vila é única. Apesar de a sua fase de investigação ainda não ter começado, todas as indicações apontam para que seja uma das melhores composições de arte abstrata subterrânea pós-paleolítica em toda a região mediterrânica.

Numa das paredes da caverna, foi descoberto um grande número de representações esquemáticas. O painel de gravura é constituído por cinco linhas horizontais, uma em cima da outra, com diferentes figuras gravadas que têm cada uma o seu próprio significado e simbolismo.

Estão representadas várias figuras, tais como quadrúpedes, ziguezagues, traços lineares e angulares e círculos. Há vários zoomorfos (possivelmente bovinos e equinos) que se destacam e também uma composição que se parece com um ídolo. A estética geral é muito consistente, com poucas sobreposições estilísticas.

A distribuição dos vários elementos sugere que poderia ser uma composição: zoomórfica na parte inferior do painel; reticulada, particularmente na parte central; e esteliforme na parte superior do grupo, com um olho.

ZAP //

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