“Granadas medievais” encontradas em Jerusalém. Terão sido usadas contra os Cruzados

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Royal Ontario Museum

Um dos vasos encontrados pelos investigadores.

Investigadores encontraram um vaso do século XII, em Jerusalém, que acreditam ter sido uma espécie de granada medieval usada durante as Cruzadas.

Num dos seus inúmeros sketches de comédia, os Monty Python falam numa “granada sagrada de Antioquia”.

É uma referência paródica ao globus cruciger, um símbolo cristão de autoridade frequentemente usado nas insígnias dos monarcas.

O que o grupo de comediantes britânico não sabia é que a sua brincadeira talvez não estivesse muito longe da realidade.

Um vaso de cerâmica encontrado em Jerusalém e provavelmente datado do século XII contém resíduos químicos que se acredita serem explosivos.

É provável que fosse uma espécie de granada medieval, provavelmente lançada pelas forças de Saladino durante o cerco a Jerusalém em 1187.

A descoberta apoia as alegações de que explosivos portáteis foram usados durante as Cruzadas, escreve a IFLScience. As Cruzadas foram movimentos militares cristãos à Terra Santa com a finalidade de ocupá-la e mantê-la sob domínio cristão.

Foi-lhes dado este nome porque os participantes consideravam-se soldados de Cristo e distinguiam-se pela cruz nas roupas.

Encontrar vasos de cerâmica não é propriamente algo incomum, mas o seu uso sempre foi questionado. Alguns peritos especulam que eles continham mercúrio, cerveja e óleos perfumados.

Dos quatros vasos encontrados pelos investigadores, cada um tem uma composição química diferente, apoiando a ideia de que tinham diversos usos. Um deles continha uma mistura inflamável que provavelmente foi usada como explosivo.

Não continha pólvora, o que significa que não era importado da China. Pelo contrário, o vaso continha enxofre, mercúrio, magnésio e nitratos.

“Estes vasos foram relatados durante a época das Cruzadas como granadas lançadas contra as fortalezas, produzindo ruídos altos e flashes de luz brilhantes”, disse o autor do estudo, Carney Matheson, em comunicado.

“Alguns investigadores propuseram que os vasos tivessem sido usados como granadas e continham pólvora negra, um explosivo inventado na antiga China e conhecido por ter sido introduzido no Médio Oriente e na Europa no século XII.

Foi proposto que a pólvora negra pode ter sido introduzida no Médio Oriente mais cedo, tão cedo quanto esses vasos do século IX a XI”, acrescentou.

Os resultados do estudo foram publicados no passado domingo na revista científica PLOS One.

À IFLScience, Matheson disse que os textos em árabe da época referem receitas que parecem ser de explosivos, mas provaram ser difíceis de replicar. “Estas eram armas secretas e eles não queriam necessariamente dizer a todos exatamente como fazê-las”, justificou.

Daniel Costa, ZAP //

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