Graça Freitas admitiu, esta quarta feira, que Portugal pode atingir os 60 mil casos diários nas próximas duas semanas.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu esta quinta-feira que Portugal pode chegar às 60 mil infeções diárias de covid-19, mas afastou o regresso da obrigatoriedade do uso de máscara.
Em entrevista à TVI, Graça Freitas confirmou as estimativas do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), que aumentam para o aumento — duplicação — dos casos diários de SARS-CoV-2 nas próximas duas semanas.
No entanto, diretora-geral da Saúde deixou claro que esta subida de casos diários não significa que a mortalidade vai duplicar, tendo em conta que a variação depende de outros fatores, como os grupos etários com maior crescimento.
Assim, as mortes associadas à doença por milhão de habitantes a sete dias — um indicador no qual Portugal apresenta um dos maiores valores do mundo — não devem acompanhar o aumento de infeções, visto que as faixas etárias mais afetadas são as mais jovens, entre os 10 e os 40 anos.
Graça Freitas salientou ainda que o país estava num bom caminho, no que diz respeito à mortalidade. No entanto, a nova onda de casos impulsionada principalmente pela linhagem BA.5 alterou o cenário.
Os dados apontam para uma menor gravidade desta variante em relação às anteriores, mas a sexta vaga não será inofensiva.
A Ómicron que já é dominante é Portugal e “transmite-se muito facilmente“, ainda mais que a primeira linhagem da estirpe Ómicron. “Tem a capacidade de escapar ao nosso sistema imunitário”, aumentando a probabilidade de reinfeção.
“Temos já notícia de pessoas que podem ter sido infetadas uma primeira vez com a variante Ómicron original e agora terem uma outra infeção com esta linhagem”, sublinhou a diretora-geral da Saúde.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) avançou ainda que passará a incluir nos relatórios e publicações de monitorização da pandemia “os dados relativos a reinfeções“.
As vacinas, no entanto, continuam a ser capazes de “evitar doença grave”, com uma “efetividade” elevada, assegura Graça Fretas.
Algo que as vacinas não conseguem controlar é a prevenção da transmissão. Por isso mesmo, a diretora-geral da Saúde recomenda que as pessoas usem máscara “em ambientes fechados e aglomerados” — mas afastando o regresso da obrigatoriedade do uso de máscara.
“Creio que nesta fase uma recomendação é suficiente. No fundo, a grande diferença entre obrigação e recomendação é o facto de a primeira ter um carácter mais vinculativo; na outra, põe [a população] a participar na solução”, realça.
Uma nova dose de reforço a toda a população também não está, pelo menos para já, em cima da mesa: “Agora estamos numa estratégia que não é para prevenir ou controlar a infeção: é para proteção de vulneráveis, uma estratégia que também utilizamos contra a gripe”, indica a diretora-geral da Saúde.
O reforço apenas será dado ao grupo etário de 80 ou mais anos, sendo que já arrancou nos lares de idosos. “20% dos lares elegíveis para vacinação já o foram”, observou, confiante de que o processo vai intensificar-se “nas próximas semanas”.
Tristeza, mulher, tristeza…
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