Responsável reconhece que está na altura de regressar à normalidade, mas avisa que o mundo de março de 2020 está diferente.
Dois anos após ter sido detetado o primeiro caso positivo de covid-19 em Portugal e numa altura em que o número diário de infeções tem vindo a decrescer, as entidades de saúde começam a antecipar o futuro, do ponto de vista sanitário, mas também social. Num artigo de opinião publicado no jornal Público, Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, descreveu os últimos 24 meses, deixando palavras elogiosas para os profissionais de saúde, mas também para a população.
“Março de 2022. Mais de 3 milhões e 200 mil casos reportados e 21 mil mortes por covid-19. Milhões de pessoas rastreadas, testadas, isoladas. Estamos na vaga Ómicron, a quinta vaga, finalmente a descer, para alívio de todos, modelada pela proteção conferida pela vacina e pela imunidade natural.”
A responsável acrescentou ainda que “os tempos estão a mudar“: nesta transição, Graça Freitas sublinhou que a atenção das autoridades de saúde passarão por três pontos: vigilância, foco nos casos de doença e na população vulnerável, assim como a adaptação da sociedade e do sistema de saúde a uma nova estratégia para lidar com a infeção por SARS-CoV-2.
No que respeita à dinâmica do vírus, a diretora-geral esclarece que esta terá uma magnitude ainda desconhecida, apesar de se esperar que seja “mais estável e previsível, provavelmente sazonal”. Segundo Graça Freitas, a doença terá picos, surtos e epidemias, pelo que deixou algumas das linhas gerais para os próximos meses, no que respeita à convivência com o vírus.
Entre elas, a “definição do risco que, enquanto sociedade, estamos dispostos a assumir (…); a “autoresponsabilização do cidadão na gestão da sua saúde”; e a “centralidade na infeção e na doença, particularmente na doença grave, com menor enfoque na transmissibilidade”. Num outro tópico, a diretora-geral fala ainda na “normalização” da vida pessoal, familiar, laboral, escolar e social.
Apesar de reconhecer que o próximo passo é o regresso à dita normalidade, Graça Freitas reconheceu que ao longo dos últimos dois anos muito mudou, pelo que o mundo que se deixou em 2020 já não existe. “Estamos em 2022. Mais velhos nós e mais adiantado o mundo. Muitos de nós temos de reaprender a liberdade, a fraternidade e a intensificação das nossas emoções, dos nossos passos e espaços”.
Coronavírus / Covid-19
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Deixaram de falar do COVID por causa da guerra! Não me enganam, pacóvios.