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Governo vai garantir visto para mãe e irmã de afegão em greve de fome no Porto

António Cotrim / Lusa

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse que o Governo vai garantir visto de entrada em Portugal para a mãe e a irmã de afegão que iniciou uma greve de fome na segunda-feira, no Porto.

Em entrevista à SIC Notícias, Santos Silva referiu que contactou Nasir Ahmad, dizendo-lhe o Governo português fará tudo o que está ao seu alcance para reunir os seus familiares que ficaram retidos no Afeganistão.

“Telefonei-lhe e expliquei-lhe qual era a resposta do Governo português. […] A resposta do Governo português é sim. Em tudo que depender de nós… […] A concessão de autorização – de visto – para a entrada dessas pessoas em Portugal. Esse visto está garantido. Será atribuído a essas pessoas já em território português”, afirmou.

O governante referiu ainda que também as condições de acolhimento e integração serão asseguradas enquanto o reagrupamento não se efetua.

“Procuraremos também apoiar essas pessoas no processo que implica a sua saída do Afeganistão, saída que não depende nem exclusiva, nem predominantemente do Governo português”, indicou.

Segundo Santos Silva, Nasir Ahmad “compreendeu bem” o que é que o Governo pode e está a fazer.

“Não há razão para ele dirigir uma greve de fome contra o Governo português, quando o Governo português e os portugueses em geral estão do lado dele na sua tentativa, mais do que legitima, de trazer para a segurança do nosso país os familiares diretos”, salientou.

De recordar que na segunda-feira, o refugiado afegão Nasir Ahmad, que vive no Porto desde 2016, começou uma greve de fome, até receber uma resposta do Governo português sobre a vinda da mãe e da irmã para Portugal.

Em declarações à Lusa, o jovem referiu que tem procurado trazer a família para Portugal, ao abrigo de um visto de reagrupamento familiar atribuído em regime excecional.

Na entrevista, o ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que o objetivo de Portugal é definir estratégias de segurança, para evitar a repetição da crise de 2015.

Questionado sobre a possibilidade de Portugal vir reconhecer os Talibãs como as novas autoridades no Afeganistão, Santos Silva diz que a prioridade é assegurar que é possível “continuar a apoiar os cidadãos afegãos”.

Até agora, Portugal já recebeu 61 refugiados afegãos, mas este número deverá aumentar nos próximos dias. “Vamos aumentando a nossa capacidade em função da necessidade”, respondeu Santos Silva, evitando referir um número específico.

No final desta semana, poderão existir mais respostas sobre o futuro. Além dos líderes europeus, as sessões da próxima semana incluem representantes da Comissão Europeia, da Europol e da EASO, a agência europeia para o asilo, recorda o Público.

ZAP // Lusa

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