Governo vai falhar prazos. Ferrovia 2020 derrapa para depois de 2023

CP - Comboios de Portugal / Wikimedia

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos

O Governo vai falhar os prazos previstos para as obras do Ferrovia 2020. Consequentemente, Portugal vai perder o direito aos fundos comunitários.

Desde a apresentação do programa de investimentos Ferrovia 2020, em 2016, que os projetos têm vindo a ser adiados. Agora, os projetos voltam a derrapar, uma vez que o programa não vai ser integralmente cumprido no prazo limite para a obtenção dos fundos comunitários, em 2023.

Segundo o jornal Público, que teve acesso ao documento sobre o Acordo de Parceria do Portugal 2030, a modernização das linhas de Cascais e do Douro são duas das que não vão ser concretizadas a tempo, a par do MetroBus em Coimbra.

A modernização do troço entre Marco de Canaveses e a Régua, na linha do Douro, deveria ter ficado concluída no ano passado, mas o concurso público ainda nem foi lançado, o que significa que é impossível terminar a obra antes de 2024.

Já a modernização do troço que liga Torres Vedras às Caldas da Rainha, na linha do Oeste, e a ligação entre Tunes e Lagos, no Algarve, ainda não saíram do papel, embora o Governo acredite que podem ficar prontas nos próximos dois anos.

Em curso mas com os prazos a derrapar estão as obras da linha da Beira Alta e a construção de uma linha de mercadorias e de alta velocidade entre Évora e Elvas.

Ainda assim, o Público adianta que a Infraestruturas de Portugal (IP) quer lançar todas as obras ainda em falta para obter o máximo dos fundos aprovados no âmbito do Ferrovia 2020, sendo que, a partir de janeiro de 2023, as faturas já terão de ser pagas pelo Portugal 2030.

Segundo fonte do Ministério das Infraestruturas, a falta de recursos humanos é um dos fatores que tem dificultado a execução do Ferrovia 2020.

“Foram, por isso também, reforçados os quadros da IP, que obteve autorização para recrutar 380 novos trabalhadores entre 2015 e 2020. A IP tem envidado todos os esforços para evitar atrasos maiores quando os projetistas não conseguem dar resposta, incluindo assumir algum do trabalho internamente ou dividir a obra em empreitadas mais pequenas”, acrescentou.

ZAP //

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