No pós-Cavaco, PSD só governa quando há demissão no PS (e contra as probabilidades, marchar)

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António Pedro Santos/LUSA

Luís Montenegro e Cavaco Silva

Governo de Montenegro confirma a tendência dos últimos 30 anos e tenta ser o primeiro minoritário de direita a chegar ao fim. Hoje há tomada de posse.

O novo Governo toma posse nesta terça-feira, dia 2 de Abril. Liderado por Luís Montenegro, é o XXI Governo de Portugal.

A cerimónia começa às 18h no Palácio da Ajuda, em Lisboa, com a presença de 150 convidados, entre os quais o primeiro-ministro cessante, António Costa, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.

Toma posse em Abril e há quem preveja já a data do seu fim: Outubro deste ano, já daqui a seis meses.

Caso se confirme esse fim antecipado, este executivo vai confirmar o que nos diz a História: nenhum Governo minoritário de direita cumpriu os supostos quatro anos de legislatura.

Em praticamente 50 anos de Terceira República, só dois governos sem maioria absoluta lideraram o país durante quatro anos. Ambos do PS.

O XIII Governo, liderado pelo socialista António Guterres, foi o primeiro sem apoio maioritário do parlamento a manter-se até ao fim. Aconteceu entre 1995 e 1999, conseguindo acordos com o CDS-PP ou com o PSD para aprovar Orçamentos do Estado.

O segundo – e último – caso foi o primeiro mandato de António Costa, exactamente 20 anos depois: entre 2015 e 2019. Costa não tinha um Governo maioritário – o PS nem tinha sido o partido mais votado nas eleições legislativas – mas conseguiu governar com o apoio parlamentar do BE, do PCP e de Os Verdes, com os quais celebrou acordos escritos.

Há um terceiro caso, mas não a nível nacional: nos Açores, Carlos César “aguentou-se” entre 1996 e 2020.

Todos os outros seis governos minoritários (desde Mário Soares a Cavaco Silva ou ao próprio António Costa) não se mantiveram nos quatro anos previstos.

Luís Montenegro tenta marchar contra as probabilidades.

Se há demissão no PS…

…o PSD aproveita. Neste caso, a AD, mas com clara maioria PSD no Governo.

Em 2001, depois de uma derrota clara do PS nas eleições autárquicas, António Guterres demitiu-se do cargo de primeiro-ministro.

Em 2011, após a rejeição no Parlamento da quarta versão do Programa de Estabilidade e Crescimento, José Sócrates fez o mesmo.

Nas duas ocasiões, seguiram-se Governos PSD: primeiro liderado por Durão Barroso, depois liderado por Passos Coelho.

No século XXI, esses foram os únicos dois momentos em que o primeiro-ministro de Portugal foi alguém do PSD.

Indo um pouco mais além, nos últimos 29 anos (desde a saída de Cavaco Silva em Outubro de 1995), o PSD só governou o país quando um primeiro-ministro do PS se demitiu.

António Costa demitiu-se em 2023. Luís Montenegro é o próximo na lista.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

1 Comment

  1. Os piores mestres, o ainda pior discípulo.
    Cavaco é azedo e retorcidamente ruim, mas montenegro é simplente xoninhas, com todas as insondáveis caracteristicas e atributos, endémic dos xoninhas.
    Façam algum exercício mental para perceber quais.
    Eu fico por aqui,
    Já disse o suficiente para merecer a exclusão do meu comentário. Mais um para a gaveta da censura, que a partir de hoje beneficiarà de maior protecção.
    Façam bom proveito, outros se seguirão.
    Contente, snr. presidente?

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