O governo conta gastar mais de 647 milhões de euros em salários da função pública. De acordo com o Ministério das Finanças, este valor corresponde, em média, a um “aumento salarial de 3,1%” para os trabalhadores da administração pública em 2019.
Esta é a primeira resposta do executivo de António Costa aos sindicatos da função pública, que reivindicam aumentos salariais. Fonte da tutela de Mário Centeno, questionado pelo Jornal de Negócios, esclareceu que estes 647 milhões de euros é um valor bruto, o que significa que ignora o acréscimo de receita no IRS ou na TSU.
“Este valor significa que, em média, os atuais trabalhadores da administração pública terão um aumento ao longo de 2019 de mais 3,1% face a 2018”, aponta o Ministério das Finanças. Pela mesma lógica, nota o diário, a variação registada este ano foi 2,5%.
A resposta do governo não foi bem recebida pelas organizações sindicais, que defendem que o aumento de gastos no Orçamento de Estado não se irá refletir nos salários dos trabalhadores, à semelhança do que aconteceu nos últimos anos.
“Não abdicamos dos aumentos salariais e não vamos na conversa que se vai gastar 647 milhões no Orçamento para 2019 quando o Governo em 2018 deu 728 milhões para a banca”, disse Ana Avoila, da Frente Comum, ao Negócios.
José Abraão, da Federação de Sindicatos da Administração Pública, por sua vez, classificou o comunicado do Ministério das Finanças como “inaceitável” e disse que este visa “virar trabalhadores contra trabalhadores” e “manipular a opinião pública”.
O Ministério das Finanças recebeu esta quarta-feira os sindicatos da função pública para a primeira ronda de negociações com vista ao próximo Orçamento do Estado.