O chefe da diplomacia italiana, Luigi Di Maio, propôs hoje um Patriot Act europeu, semelhante à lei antiterrorista nos Estados Unidos, na sequência dos atentados ocorridos na última semana em França e na Áustria.
“Trata-se de tomar medidas que possam prevenir tragédias como as de Nice e Viena”, disse Di Maio, referindo-se ao ataque que aconteceu em França há cinco dias, provocando três mortes, e ao ataque desta segunda-feira na capital austríaca.
O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano acrescentou ainda: “Trata-se de começar a pensar em algo maior e que diga respeito a toda a União Europeia: um Patriot Act do modelo americano, por exemplo, porque hoje somos todos filhos do mesmo povo europeu”.
“A segurança de um Estado é a segurança de todos os outros. Falarei sobre isso nos próximos dias com os meus homólogos. Continuemos unidos contra todas as formas de terrorismo e de fanatismo”, afirmou Di Maio.
O Patriot Act, adotado em 2001 nos Estados Unidos na sequência dos ataques terroristas de 11 de setembro, colocou restrições a um certo número de liberdades fundamentais e permitiu maior margem de manobra às agências de informações nas investigações de contraterrorismo.
“Parece-me evidente que a Europa e Itália não podem continuar a pronunciar apenas palavras de circunstância”, disse o chefe da diplomacia italiana, referindo-se às reações de líderes europeus perante o ataque em Viena.
“Os problemas devem ser enfrentados. A União Europeia deve fortalecer os seus níveis de segurança”, concluiu Di Maio, pedindo “um fortalecimento dos controles sobre as mesquitas com a cooperação das comunidades islâmicas e do Islão moderado”.
Também o Presidente italiano, Sérgio Mattarella condenou o ataque de Viena e referiu-se ainda à disponibilidade de Itália para “colaborar com a Áustria na luta contra todas as formas de terrorismo”.
Numa mensagem enviada ao seu homólogo austríaco, Alexander Van der Bellen, o chefe de Estado italiano expressou a “rejeição absoluta deste vil ataque aos valores comuns da liberdade e da coexistência pacífica”, dizendo que não pode haver “lugar para o ódio e violência na nossa casa comum europeia”.
O ataque em Viena começou com um tiroteio por volta das 20 horas de segunda-feira (19 horas em Lisboa) numa rua central onde fica a sinagoga principal da cidade, então fechada, e provocou pelo menos cinco mortos, incluindo um agressor, e 17 feridos, entre os quais um luso-luxemburguês.
// Lusa
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