PSD: Governo deve criar programa para “acudir às famílias” e reconhecer o que está mal no SIRESP

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O ex-líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro

O líder do PSD, Luís Montenegro, pediu na segunda-feira ao Governo um programa para acudir às famílias com grandes necessidades para pagar as suas despesas, incluindo a eletricidade.

“Estamos com uma cobrança de receita fiscal absolutamente histórica, muito acima daquilo que o Governo estimava no Orçamento do Estado, e é preciso acudir ao drama de muitas famílias que não têm dinheiro para pagar as suas despesas principais, incluindo a de eletricidade“, afirmou em Pombal, distrito de Leiria.

Montenegro renovou “o apelo para que o Governo tenha um programa que, para além da oscilação que o próprio mercado tem ao nível dos preços, possa acudir àquelas famílias que têm grandes necessidades, vulnerabilidades, para pagar o básico, a alimentação, os combustíveis e também a eletricidade”.

O social-democrata exigiu ao Governo a humildade para reconhecer o que está mal com o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) e as diligências para ultrapassar a situação.

“(…) Exige-se ao Governo, não só a humildade de reconhecer aquilo que está mal, como as diligências para ultrapassar aquilo que está mal”, disse aos jornalistas.

Questionado sobre se ficou satisfeito com as explicações do ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, sobre as falhas no funcionamento do SIRESP nos incêndios na região de Leiria em julho, considerou que “há um padrão que, infelizmente, começa a ganhar demasiada rotina no Governo”.

“Sempre que há um problema, a culpa é de toda a gente menos do Governo. Há um problema no SIRESP, as pessoas que estão no terreno, os bombeiros, os operacionais, são elucidativos e inequívocos a apontar esses problemas e vem o Governo e diz que as pessoas é que não sabem utilizar os meios de comunicação”, declarou o líder do PSD.

Adiantou ainda que o ministro, assim como a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, estiveram muito mal “ao quererem responsabilizar as pessoas por uma falha que, evidentemente, é uma falha do sistema, que, há vários anos, tem notado estas insuficiências e sobrecargas nos momentos de maior aflição”.

“E, portanto, aquilo que eu gostaria era que o Governo assumisse a sua responsabilidade e não endossasse às pessoas. Parece que é sempre culpa de toda a gente, menos do Governo”, adiantou.

O presidente do PSD considerou igualmente que o Governo está “incapaz de suster a degradação do Serviço Nacional de Saúde (SNS)” ao comentar a promulgação do seu estatuto.

“Em primeiro lugar, há ainda muita matéria que vai ser regulamentada e, portanto, este é um instrumento legislativo que, por si só, resolve coisa nenhuma. Em segundo lugar, independentemente destas alterações legislativas, a verdade é que o Governo está absolutamente incapaz de suster a degradação do Serviço Nacional de Saúde e na capacidade de resposta dos serviços de saúde”, afirmou.

O social-democrata defendeu ser necessário “dar uma palavra de tranquilidade e de segurança às pessoas”, mas que não é aquela que ouviu “por parte dos membros do Governo relativamente ao encerramento de urgências, nomeadamente na obstetrícia e na ginecologia, que é dizer ‘bom nós estamos a tentar e estamos à espera com um ato de fé que o tempo resolva a situação'”.

“Há um problema estrutural no Serviço Nacional de Saúde. Há um problema de recrutamento de pessoas, de pessoal médico e não só”, apontou, assinalando que nos últimos meses se tem “acentuado muito o resultado de vários anos de falta de política na área da saúde” e “só não vê quem não quer ver”.

O líder do PSD exemplificou que “há cada vez mais listas de espera, pessoas que não têm uma resposta quando necessitam, seja numa consulta, seja numa cirurgia, seja numa urgência”.

“Há um desinvestimento global, mesmo que o Governo venha dizer que está a gastar mais dinheiro. Se está a gastar mais dinheiro é porque está a gastar mal ou não está, pelo menos, a saber gerir o sistema”, referiu, atribuindo esta situação “como epílogo de vários anos de políticas que estão muito marcadamente ideológicas do ponto de vista da estatização de todo o serviço público que é prestado aos cidadãos”, disse.

Acusando o Governo liderado pelo socialista António Costa de só pensar no Estado e na máquina do Estado, Montenegro contrapõe a necessidade de “pensar nos cidadãos, naqueles que não têm meios para ir à procura da resposta que não encontram nos serviços públicos”.

“Isso faz-se com uma complementaridade entre os regimes público, social e privado”, defendeu, adiantando que o executivo “não tem capacidade para responder à exigência que o momento trouxe do ponto de vista da ineficácia dos serviços públicos como um todo”.

O dirigente elencou a segurança e o “episódio absolutamente insólito que foi criar as chamadas esquadras móveis e estavam avariadas logo as primeiras” e ainda a educação, “quando, no final do ano letivo, vários milhares de alunos não tinham um professor, pelo menos”.

Lusa //

1 Comment

  1. Este Sr. deveria ver-se ao espelho !….. desde a sua criação en 2006 , responsáveis Políticos sucederam-se e o problema de eficácia do Sistema , continua e continuara a ser permanente !

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