/

Governo “está preparado” para eventual greve dos camionistas

1

partidosocialista / Flickr

O ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, José António Vieira da Silva

O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, disse esta quarta-feira que “não perdeu as esperanças no esforço de conversação” com os representantes dos camionistas, mas garantiu que “o Governo está preparado para o que vier a acontecer”.

“O Governo está especialmente empenhado em continuar a apelar às partes para ser possível encontrar soluções que não gerem situações que são penalizadoras para o país, para a economia do país, para o bem-estar das famílias e, creio eu, até para os trabalhadores deste sector. E o Governo está também empenhado em estar preparado para o que vier a acontecer”, disse Vieira da Silva.

Convidado a comentar se não teme que se repita o cenário de greve e de bloqueio de bombas de gasolina que se registou no início de abril, o ministro apontou que “respeitará as decisões tomadas”, mas “não perdeu as esperanças” face à conversação.

Se a paralisação de abril – apenas com o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) -​ teve especial impacto por ser na semana anterior à Páscoa, a que está prevista para 12 de agosto – que junta também o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) – calha numa das semanas mais movimentadas nas estradas nacionais. O país recebe muitos emigrantes nessa semana, que termina com o feriado católico de 15 de agosto, de férias para muitos portugueses.

“Não perdi de todo as esperanças, numa linha que foi seguida ao longo dos últimos meses, continuar este esforço de conversação”, disse o governante que falava aos jornalistas em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, à margem da inauguração das novas instalações do centro de formação da Salvador Caetano.

“O Governo respeitará as decisões que as partes tomarem desde que elas sejam, naturalmente, tomadas no âmbito restrito da lei e do Estado democrático, mas também utilizará todos os instrumentos que o Estado democrático tem ao seu dispor para salvaguardar interesses que são interesses maiores do país que é garantia do acesso aos serviços pela generalidade das famílias”, acrescentou.

Vieira da Silva apontou que, neste momento, em causa estão “divergências quanto a algo que acontecerá em 2021” porque, disse, “as condições negociadas para 2019 e para 2020 já chegaram a entendimento”, razão pela qual voltou a apelar ao consenso.

“Acho que os portugueses e portuguesas não compreenderiam que entrássemos numa zona de conflito com consequências complexas porque ainda não se atingiu um entendimento acerca do que se vai passar daqui a dois anos. Julgo que isso seria incompreensível”, referiu ainda Vieira da Silva.

Pré-aviso de greve propõe serviços mínimos de 25%

O pré-aviso dos sindicatos dos motoristas para a greve com início em 12 de agosto propõe serviços mínimos de 25% em todo o território nacional, enquanto na greve de abril eram de 40% apenas em Lisboa e Porto.

De acordo com o documento a que a agência Lusa teve acesso, a proposta de serviços mínimos a assegurar “tem por referência 25% dos trabalhadores” em cada empresa que preste abastecimento de combustíveis.

Por exemplo, a “portos, aeroportos e postos de abastecimento das empresas que têm por objeto a prestação de serviço público de transporte de passageiros, rodoviários, ferroviários e fluviais”, bem como a “estruturas residenciais para pessoas idosas, centros de acolhimento residencial para crianças e jovens, estabelecimentos de ensino, IPSS e Santas Casas da Misericórdia”.

Já no caso do “abastecimento de combustíveis e matérias perigosas a hospitais, centros de saúde, clínicas de hemodiálise e outras estruturas de prestação de cuidados de saúde inadiáveis, estabelecimentos prisionais, bases aéreas, serviços de proteção civil, bombeiros, forças de segurança e unidades autónomas de gaseificação”, os sindicatos propõem que estes serviços sejam assegurados na totalidade, “nas mesmas condições em que devem assegurar em dias úteis, de feriado e/ou descanso semanal”.

Contactado pela agência Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Francisco São Bento, esclareceu que esta proposta contemplada no pré-aviso de greve entregue na reunião de segunda-feira com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) vai ser analisada numa reunião no Tribunal Arbitral, ainda sem data marcada.

“Não fomos ainda contactados por nenhuma entidade governamental”.

O SNMMP e o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) voltaram à mesa de negociações em 15 de julho, sob a mediação do Ministério do Trabalho, mas não chegaram a acordo com a ANTRAM e entregaram um pré-aviso de greve, com início às 00:01 de 12 de agosto e por tempo indeterminado..

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Sabe porque que não entende sr. ministro?
    Porque no governo não pensam a médio/longo prazo.
    Pensam na família, nos amigos, nas negociatas e nas sondagens da semana que os eterniza no poleiro…
    Ganhem vergonha na cara e não nos dêm argumentos como “tenho esperança que…”.
    Está há mais de 20 anos em sucessivos governos e ainda não aprendeu nada?!
    Os portugueses não podem desperdiçar tempo com nulidades.
    Trabalhem! trabalhem no duro!
    Não sabem trabalhar?! Arrumem a viola e fora daí!
    Estamos fartos de amostras de políticos enterrados no lodo até ao pescoço!
    Fora!
    Não Passará!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.