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Governo diz que passageiros que chegam aos aeroportos sem teste “são residuais”

Ennio Leanza / EPA

Os passageiros que chegaram aos aeroportos nacionais sem terem sido testados à covid-19 são residuais, foram identificados pelo Serviço de Estrangeiros (SEF) e Fronteiras e encaminhados para os realizarem, disse esta quarta-feira em conferência de imprensa a secretária de Estado Adjunta e da Saúde.

“Estas situações foram absolutamente residuais, foram identificadas e encaminhadas para fazerem esses testes com as autoridades de saúde”, disse Jamila Madeira.

Jamila Madeira detalhou que, “nos casos reportados, em que os cidadãos não eram portadores de testes com resultados negativos realizados nas 72h prévias ao embarque, foram encaminhados pelo SEF para a equipa de saúde encarregue de os realizar”.

Já os cidadãos “que não realizaram teste no aeroporto, o SEF procedeu à sua identificação para posterior contacto das autoridades de saúde e posterior seguimento”.

O Diário de Notícias, citando uma fonte do SEF, divulgou que estão a entrar em Portugal, através do Aeroporto de Lisboa, passageiros oriundos de países considerados de risco para a covid-19, sem apresentarem teste negativo.

Trata-se de um procedimento obrigatório desde o dia 06 deste mês para cidadãos nacionais e estrangeiros com residência em Portugal, oriundos do Brasil, Estados Unidos da América e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.

Se não foram testados, têm de se submeter ao teste nas instalações do aeroporto.

De acordo com a mesma fonte, no sábado, só no voo que aterrou em Lisboa vindo de Maputo, entraram em Portugal 106 pessoas sem teste negativo. Como tinham nacionalidade portuguesa ou residência no país, foram identificadas.

Portugal já fez quase 1,5 milhões de testes

Na mesma conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia em Portugal, Jamila Madeira adiantou que Portugal já realizou 1,48 milhões de testes à covid-19.

A governante frisou que se “mantém a capacidade de realização de testes”, com uma “tendência ascendente” em julho face a junho, registando este mês uma média diária de 13.670 provas. Simultaneamente,enfatizou a importância do alargamento da rede laboratorial de 20 para 98 laboratórios em julho, com presença em todo o território.

“Este alargamento da capacidade laboratorial tem sido determinante na resposta eficaz à pandemia e será ainda este ano substancialmente reforçada com o novo investimento, conforme previsto no Programa de Estabilização Económica e Social e acomodado no Orçamento Suplementar”, frisou.

A secretária de Estado Adjunta e da Saúde considerou ainda que o reforço já previsto para a medicina intensiva, recursos humanos, meios de saúde pública e sistemas informáticos, além do aumento do orçamento inicial da saúde para 2020, sublinham “uma opção clara pela robustez e capacidade da resposta do Serviço Nacional de Saúde” (SNS) face ao desafio da pandemia e da prestação dos outros cuidados de saúde.

Jamila Madeira defendeu que o Ministério está a trabalhar na salvaguarda do futuro do SNS, quer pela estratégia global do governo, quer pela apresentação do Plano de Recuperação Económica 2020-2030, e destacou a criação de um grupo de trabalho coordenado pela Autoridade Central dos Sistemas de Saúde e com a participação das ARS para elaborar uma proposta de plano plurianual de investimentos.

“Deverá também avaliar e propor medidas com vista à gestão eficiente da rede de equipamentos e instalações do SNS. Esta proposta de plano plurianual de investimentos do Ministério da Saúde – prevendo a planificação global e integrada de investimentos em equipamento e instalações nos próximos 10 anos – deverá estar elaborada a tempo da discussão do próximo Orçamento do Estado”, notou.

Portugal contabiliza pelo menos 1.702 mortos associados à covid-19 em 49.150 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

ZAP // Lusa

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