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Governo de Espanha avisa que não vai permitir independência da Catalunha

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ppdegalicia / Flickr

O vice-secretário para a comunicação do PP espanhol, Pablo Casado

O vice-secretário para a comunicação do PP espanhol, Pablo Casado

O Partido Popular (PP) espanhol avisou que o Governo “não vai consentir” que se continue o processo de independência da Catalunha, apesar dos resultados das eleições regionais apontarem para uma vitória dos independentistas.

O aviso foi feito pelo vice-secretário para a comunicação do PP, Pablo Casado, numa conferência de imprensa realizada na sede nacional do partido, em Madrid, em que sublinhou que, apesar dos resultados das eleições catalãs deste domingo, “esta segunda-feira tudo estará igual”.

Segundo Pablo Casado, o presidente do parlamento regional catalão e líder do Juns pel Sí, Artus Mas, “fracassou” ao não conseguir maioria absoluta, e “também não ganhou a votação do ponto de vista plebiscitário”.

O dirigente acrescentou que o PP e o Governo vão continuar a fazer o que têm feito: governar e garantir o cumprimento da lei.

“Vamos continuar a garantir a legalidade, defendendo a unidade de Espanha e dizendo aos espanhóis que fiquem tranquilos, pois o Governo vai continuar a garantir o Estado de Direito e a liberdade em Espanha”, afirmou Pablo Casado.

Com 95% dos votos escrutinados nas eleições da Catalunha, os partidos independentistas conseguem 72 deputados (62 a Junts pel Sí, de Artur Mas, e 10 a Candidatura de Unidade Popular – CUP).

No entanto, as duas formações não obtêm mais do que 47,8% dos votos, enquanto o resto das formações que não defendem esse caminho têm 52,2%.

Os dirigentes da Junts afirmaram, durante a campanha, que, caso os independentistas obtivessem a maioria absoluta no parlamento iniciariam um processo de negociações com Espanha, com a União Europeia (UE) e com os Estados-membros com vista à independência da Catalunha, no prazo de 18 meses.

As outras forças políticas, com exceção da esquerda radical CUP, estão contra esta via.

Ciudadanos pedem demissão de Artur Mas e novas eleições

O partido Ciudadanos, que conseguiu 25 deputados nas eleições da Catalunha, contra nove em 2012, pediu novas eleições e a demissão do atual presidente do governo regional, Artur Mas, por considerar “ingovernável” a situação política na região.

Entre gritos de “Presidenta, presidenta!”, “Eu sou espanhol, espanhol, espanhol” e “Espanha Unida, jamais será vencida!”, a candidata do Ciudadanos nas autonómicas catalãs, Inés Arrimadas, salientou que o seu partido triplicou o número de assentos no parlamento regional catalão e obteve mais de 700 mil votos.

O partido “laranja”, que começou como força política na Catalunha, mas que se transformou num partido nacional emergente que vai disputar as eleições gerais do final do ano, assentou o seu quartel-general para as eleições num hotel em Barcelona e juntou várias centenas de pessoas para celebrar os resultados.

Com mais de 96% dos votos escrutinados, o Ciudadanos – de Albert Rivera – conseguiu 25 deputados e mais de 706 mil votos, ou seja 17,92% da votação, mais do dobro do que obteve na eleição de 2012 (275.007 votos, 7,57% e 9 assentos).

Liz Castro / Flickr

Manifestação pela independência da Catalunha, 19 outubro 2014

Manifestação pela independência da Catalunha, 19 outubro 2014

“Com o resultado de hoje, Artur Mas só pode fazer uma coisa: demitir-se. Pedimos eleições antecipadas, porque esta situação é ingovernável”, disse Arrimadas, numa referência ao facto de os partidos independentistas terem convertido estas eleições num referendo “de facto” sobre a independência.

Já o líder do partido, Albert Rivera, aproveitou o facto de ter sido um dos grandes vencedores da noite para lançar o partido rumo às eleições gerais do final do ano.

Rivera afirmou que os resultados indicam que a “velha política” do PP e do PSOE “morreu” e que os catalães deram mais uma prova de que o Ciudadanos “é a única alternativa para Espanha, com um projeto comum” para os próximos dez anos.

O líder do Ciudadanos acrescentou ainda a frase do partido – “Somos a mudança, mas a mudança sensata”, em contraposição com outro partido emergente em Espanha, o Podemos. Na Catalunha, o Podemos apoiou o Catalunya Si que es Pot , que se ficou pelos 11 deputados regionais.

“Quem evitou que em Espanha deixássemos de estar unidos não foi o PP, foi o Ciudadanos”, acusou Rivera, acrescentando que Artur Mas “pediu um plebiscito e perdeu”.

“Como ele não tem apoios, temos de fazer outras eleições”, salientou.

Com 98% dos votos escrutinados, 47,8% dos catalães escolheram partidos pela declaração de independência (Junts pel Si e CUP) e 52,16% pelos partidos que não apoiam essa via.

/Lusa

4 Comments

  1. Que catalães, bascos e galegos estão prisioneiros de Madrid já todos nós sabemos e que em Madrid sentem as costas protegidas por amigos de fora e ditos democráticos também não restam dúvidas; em África e Américas fomos considerados colonizadores da pior espécie com povos primitivos muito séculos atrás da nossa civilização, na Europa mantêm-se povos colonizados alguns deles de origem até mais avançada que os colonizadores mas em menor numero e menos armas e é afinal esta a Europa que temos fingindo ser um exemplo para o resto do mundo.

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