A Síria lançou uma ofensiva contra Idlib e partes de províncias adjacentes, alegando que os insurgentes tinham desrespeitado uma trégua. Os EUA concluíram que o Governo de Bashar al-Assad usou cloro como arma química.
A confirmar-se, esta será a primeira violação da proibição de armas químicas desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, autorizou ataques aéreos em 2018 devido ao uso de gás venenoso por Damasco.
“O regime de Assad é responsável por inúmeras atrocidades, algumas das quais configuram crimes de guerra e crimes contra a humanidade”, disse esta quinta-feira o Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, numa conferência de imprensa à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. “Hoje anuncio que os EUA concluíram que o regime de Assad usou cloro como arma química a 19 de maio”,.
Washington revelou, de acordo com o semanário Expresso, que recebera vários relatórios consistentes com a exposição a produtos químicos após um ataque das forças do Governo de Damasco na província de Idlib, no noroeste da Síria. Contudo, na altura, os EUA não chegaram a uma conclusão definitiva sobre o eventual uso de armas químicas.
No final de abril, Assad lançara uma ofensiva contra Idlib e partes de províncias adjacentes, alegando que os insurgentes tinham desrespeitado uma trégua.
“Isto é de alguma forma diferente porque foi com cloro. Mas saibam que o Presidente Trump tem sido bastante vigoroso a proteger o mundo do uso de armas químicas”, sublinhou Pompeo, que se recusou, no entanto, a revelar qual seria a resposta dos EUA.
O Secretário de Estado escreveu ainda no Twitter que “os EUA apoiam os esforços da ONU para acabar com a violência militar na Síria”. “A violência em curso, alimentada pelo Irão e pela Rússia, está a agravar a terrível situação humanitária na Síria e deve cessar para que uma solução política se enraíze”, sugeriu.
A Administração Trump ordenou duas vezes o bombardeamento da Síria por suspeitas de uso de armas químicas por Assad, em abril de 2017 e abril de 2018. No segundo caso, aos EUA juntaram-se Reino Unido e França em ataques aéreos contra o que descreveram como três alvos de armas químicas sírias. A investida da coligação ocorreu em retaliação por um suspeito ataque com gás que matara dezenas de pessoas em Damasco.
Washington aplicou também sanções a duas entidades russas por fornecimento de combustível ao Governo sírio. Moscovo apoia Assad na guerra da Síria que dura há mais de oito anos.