O Governo confirmou que avançará para um confinamento generalizado, à semelhança do que aconteceu em maio passado. Os detalhes do regime serão decididos na próxima semana, depois da reunião com especialistas no Infarmed.
O primeiro-ministro salientou este sábado a necessidade de o Governo “procurar o maior consenso possível” para implementar medidas mais restritivas que tem “mesmo de tomar” contra a covid-19, porque “todos os esforços são poucos”.
Através da rede social Twitter, António Costa partilhou imagens da ronda de audiências com os partidos, que começaram na sexta-feira e terminaram este sábado.
“Concluímos, nesta manhã de sábado, a ronda de audições a todos os partidos políticos com assento parlamentar. Os números são preocupantes e todos os esforços são poucos para controlar a pandemia”, salienta António Costa.
O chefe do Governo assinalou também a importância de “procurar o maior consenso possível para as medidas mais restritivas” que o Governo tem “mesmo de tomar, assentes em conhecimento científico”. “Por isso ouviremos também a posição dos especialistas em saúde pública e epidemiologistas”, acrescentou António Costa.
Para terça-feira está agendada mais uma reunião com epidemiologistas no Infarmed, em Lisboa, para avaliação da evolução da pandemia de covid-19 em Portugal.
À saída das audiências com o Governo, os partidos indicaram que poderá estar em cima da mesa um confinamento semelhante àquele decretado no início da pandemia.
Já as escolas continuarão em funcionamento.
Além destas audiências com os partidos, na sexta-feira houve também uma reunião sobre o mesmo tema do Conselho Permanente da Concertação Social. No final do Conselho de Ministros de quinta-feira, o primeiro-ministro admitiu que na próxima semana o Governo poderá tomar medidas mais restritivas para fazer face ao aumento de contágios.
“Grande consenso” entre partidos
No final da ronda de reuniões com os partidos, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, considerou que existe um “grande consenso” em relação ao regresso a um confinamento generalizado, para mitigar a propagação da pandemia no país, e sublinhou que a intenção é decretar as medidas “o mais cedo possível”.
“Aquilo que podemos destacar destas audições [entre o Governo e os partidos com representação parlamentar] é um grande consenso de que, face aos números que temos verificado, é de facto necessário tomar medidas adicionais”, sublinhou em conferência de imprensa depois da última reunião.
A governante não adiantou quaisquer medidas que o Governo está a ponderar para a renovação do estado de emergência, uma vez que ainda é necessário ouvir os epidemiologistas e especialistas em saúde pública na reunião que vai ainda decorrer.
“Ouviremos novamente os especialistas […] para confirmar que os dados que temos nos últimos quatro dias – números na ordem dos 10.000 casos por dia, que se confirmarão hoje – confirmam esta tendência e quais as melhores medidas, as medidas mais adequadas a tomar agora”, explicou a ministra, adiantando que “o Conselho de Ministros reunir-se-á imediatamente após a aprovação por parte da Assembleia da República”, por forma a que as medidas possam ser postas em prática “o mais cedo possível”.
“Faremos um confinamento muito próximo do que existiu em março e abril, garantindo que não fecharemos nada que não tenha sido fechado, como a agricultura, a indústria, e a distribuição continuará a funcionar, de modo a garantir também que nada do que são os bens essenciais faltem”, disse Mariana Vieira da Silva.
“O detalhe ao certo de cada tipo de loja e de cada tipo de comércio, se já soubéssemos, já teríamos tomado as medidas”, acrescentou a ministra da Presidência, sublinhando que “é necessário perceber que se tivéssemos tomado medidas há uma semana, eram medidas com base em informação incompleta“. “Foi por isso que adiámos uma semana, porque é fundamental ouvir na terça-feira os partidos”, acrescentou.
ZAP // Lusa
Correção do título: “Falta acertar os detalhes.”!
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo. Está corrigido.
Como já comentei noutras notícias, espero que desta vez nos deixem praticar desporto amador e não só, desde que sozinhos. E não nos limitem aos passeios higiénicos…