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Governo aprova venda “urgente e inadiável” da TAP

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Pedro Nunes / Lusa

Maria Luís Albuquerque, ministra de Estado e das Finanças, e Luís Marques Guedes, ministro da Presidência e do Desenvolvimento Regional

Maria Luís Albuquerque, ministra de Estado e das Finanças, e Luís Marques Guedes, ministro da Presidência e do Desenvolvimento Regional

O Governo aprovou esta quinta-feira em Conselho de Ministros a minuta final do acordo relativo à conclusão do processo de privatização da TAP, considerando que a celebração do contrato é uma necessidade urgente e inadiável.

A venda de 61% do capital da TAP ao consórcio Gateway, de David Neeleman e de Humberto Pedrosa, será concretizada ainda hoje, deixando de ser uma empresa pública, segundo a secretária de Estado do Tesouro.

No final da reunião do Conselho de Ministros, a secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, justificou o negócio com a “a urgência de estar neste momento a proceder à antecipação da operação de capitalização” devido a uma série de fatores como “greves”, “decréscimos de atividades em mercados estratégicos” e “a aproximação do inverno”, época em que as receitas são, tradicionalmente menores.

Isabel Castelo Branco salientou que ainda é possível haver uma reversão do processo, caso na segunda fase de capitalização os 120 milhões em obrigações convertíveis acordados não entrassem até à data prevista, 23 de junho de 2016.

A verificar-se esta situação, a “TAP volta para as mãos do Estado mas com a capitalização que entretanto recebeu”, ou seja, com o dinheiro que entra na primeira fase de capitalização, fundos que “neste momento não tem” e que “o Estado não lhe pode conceder”, descreveu a secretária de Estado do Tesouro.

Luís Marques Guedes, ministro da Presidência, sublinhou que o objetivo é que “a TAP possa continuar a ser a TAP que nós conhecemos”, independentemente dos governos futuros, e que a antecipação do negócio surge com o intuito de salvar a empresa do “colapso”.

O ministro acusou o PS de “hipocrisia”, defendendo que “o dinheiro tem de entrar na empresa” o quanto antes, alertando que os salários dos trabalhadores estão em risco.

Entretanto, o grupo parlamentar do PCP já apresentou no parlamento um projeto de lei para cancelar e reverter a privatização da TAP, anunciou o líder da bancada comunista, João Oliveira, em conferência de imprensa.

Para o PCP, “o XX Governo Constitucional está limitado ao exercício de funções de gestão”, considerando ser necessárias “medidas estritamente necessárias para que a decisão política quanto ao desfecho deste processo seja assumida por um Governo em exercício pleno das suas funções”.

ZAP / Lusa

13 Comments

    • Os estados estão impedidos de investir… Fazendo-o estão obrigados a reduzir a dimensão da companhia. Quer uma tapezinha com um terço de trabalhadores ou a actual com investimento privado? Acabou-se a mama do lobye dos transportes… A favor do CGTP pilar do protagonismo do PCP em particular…

      • Sr Bordão até entendo o que diz não entendo é o seguinte se nas mãos dos privados vai dar lucro mesmo a injectarem tantos milhões como é que nas mãos do estado tal não acontece ?
        Esta é a simplicidade da questão explicarem como tal sucedeu e verificarem o porque desta situação.

          • Essa é boa até lhe posso dizer com conhecimento que o maior mal da TAP durante muitos anos foi formarem chefes a torto e a direito porque a lei dizia que tinham de progredir na carreira, conheço chefes na TAP que se juntam aos 15 em volta de uma mesa a olhar para uma peça, outros que saem a meio do serviço apenas para irem jogar golfe, olhe enfim o maior mal desta foi terem tanto valor em ordenados que esta não consegue cobrir, mas agora vamos ver quando começam estes despedimentos ou acha que vão manter a palavra.
            Duvido que sendo privada vão continuar a alimentar estes vícios.
            Mas sendo o estado regulador deveria ter tido a decência de regular a TAP para tal não acontecer e dar lucro a não ser que alguém recebesse luvas para o fazer de propósito.
            Enfim vamos ver no que dá daqui a uns anitos.

  1. Mais uma que o avião levou, gostava era de explicações sobre o porque pois se agora como privada vai dar lucro qual a razão para sendo do estado não o dar.
    Final da história mais uma coisa que era do povo e deixou de ser, só gostava era que antes de venderem verificassem quem se lambuzou durante anos a fio com o dinheiro que esta deveria dar e nunca deu mas claro só no papel.

  2. Finalmente PS abandona frente de batalha contra a privatização mas “conta negociar de forma não coerciva hipóteses de o estado manter a maioria do capital”… Folclórico!

  3. Já estao a preparar os tachos para eles e para os seus lacaios. Uma vergonha. E agora pergunto eu: Será legitimo um governo depois de ter sido derrubado na A.R fazer esta negociata. Só espero que o próximo governo apure responsabilidades.

  4. É muito estranho isto. Só agora que o governo está de saída é que de repente deixou de haver dinheiro para pagar os salários dos trabalhadores… Estranho também é que só o governo é que fala da falta de dinheiro para salários e combustível. O presidente da empresa diz, de forma pouco convincente, que é importante privatizar, mas ninguém o ouvir dizer que não há dinheiro para salários e combustível…

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