Gouveia e Melo pode ficar com o caminho livre para Belém

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José Sena Foulão / Lusa

O chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Henrique Gouveia e Melo

Gouveia e Melo tem sido apontado a Belém, mas a sua candidatura pode depender da escolha para o próximo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.

Faltam cerca de três meses para o início do processo da escolha do próximo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA). O almirante Gouveia e Melo, da Marinha, o general Cartaxo Alves, da Força Aérea e o general Nunes da Fonseca, do Exército, são os nomes na calha.

Segundo o Expresso, a definição do sucessor do almirante Silva Ribeiro é de extrema importância. Isto porque caso Gouveia e Melo não seja apontado como novo CEMGFA, o almirante que liderou a task force da vacinação contra a covid-19 fica com caminho aberto para Belém.

Inicialmente, Gouveia e Melo descartou várias vezes essa hipótese chegando até a dizer que acha que “daria um péssimo político” e que se deve “separar o que é militar do que é político”.

Em dezembro do ano passado, mudou ligeiramente o seu discurso e não descartou vir a ser Presidente da República ou ministro do Mar, caso entre na reserva antecipada. “Nunca se deve dizer que dessa água não beberei”, advogou.

O militar está com mais força do que nunca e as recentes sondagens sobre as eleições presidenciais de 2026 apontam-no como o provável sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa.

Apesar de terem sido como água e azeite no passado, Marcelo e passistas querem Pedro Passos Coelho na corrida a Belém para travar Gouveia e Melo. António Costa é decisivo numa possível promoção do almirante a Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas.

Puxando a película atrás, tudo pode depender da eleição do próximo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. Entre as altas patentes da Força Aérea e outras fontes políticas e militares ouvidas pelo Expresso, reforça-se a convicção de que o próximo CEMGFA será o general Cartaxo Alves e não Gouveia e Melo.

A tradição — nem sempre cumprida — sugere que há uma rotação dos ramos militares na chefia. Tendo em conta que é o almirante Silva Ribeiro quem está no poder e caso seja dada continuidade à tradição, a disputa fica entre o general Cartaxo Alves e o general Nunes da Fonseca.

No caso de Gouveia e Melo ser o próximo CEMGFA, o panorama muda. A nomeação “poderia funcionar como um travão”, explica o Expresso, “e tornar mais difícil a candidatura de um militar à Presidência”. A última vez que isso aconteceu foi em 1979, com Ramalho Eanes.

Já há muito que se especula que a ideia de ter Gouveia e Melo em Belém não agrada a algumas grandes figuras políticas e que este até terá sido um dos motivos para a polémica em torno da sua nomeação para o cargo de Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), que levou à exoneração do anterior CEMA, Mendes Calado, e à desautorização pública de Marcelo ao Governo, com a reversão da decisão.

A ideia seria promover Gouveia e Melo enquanto este ainda cumpria os requisitos de idade para ocupar o cargo e assim tentar dissuadi-lo de uma aventura pela política.

A oposição de Marcelo

Recentemente, Marcelo Rebelo de Sousa disse que o país ainda “deve esperar muito do contributo” do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

“Sendo tão novo [Passos Coelho], o país pode esperar, deve esperar muito ainda do seu contributo no futuro, não tenho dúvidas”, afirmou aos jornalistas, observado que a “resistência” do ex-chefe do Governo no período da troika é reconhecida dentro e fora de Portugal.

O Presidente da República não se deixou amedrontar pelas críticas que recebeu e, poucos dias depois, reforçou os elogios. “Eu falei para dizer que o país lhe deve, porque deve mesmo, aquilo que fez durante o período da troika, e que é um ativo político importante para o futuro“.

Questionado pelos jornalistas sobre a intenção das declarações anteriores, tentou explicar-se através de poucas palavras e escudando-se no seu perfil institucional. “Em relação a Passos Coelho, como em relação a outras pessoas, falei como Presidente da República, e não como Marcelo. É a minha opinião como Presidente da República, dizendo em voz alta o que muitos portugueses pensam.”

Os recentes elogios de Marcelo a Passos Coelho terão um objetivo velado – tentar trazer o ex-primeiro-ministro para a vida política e chutar com Gouveia e Melo para canto, defendeu o Expresso.

O almirante Silva Ribeiro termina o mandato no dia 1 de março, sendo que os procedimentos para a sua sucessão devem iniciar-se em fevereiro.

Daniel Costa, ZAP //

3 Comments

  1. O Português, Patriota e Republicano, com perfil e experiência de vida, profissional, e política, para desempenhar o cargo de Chefe de Estado da Nação, é o Presidente Rui Rio, no entanto os Portuenses precisam que o mesmo se candidate novamente à Câmara Municipal do Porto (CMP). Mas existe outro Patriota-Republicano, que caso tenha disponibilidade e se sinta com vontade e força para o fazer, deve-se candidatar, chama-se Alberto João Jardim, que já tem preparado um Projecto Nacional para salvar Portugal: «A Tomada da Bastilha».

  2. Senhor Almirante, Gouveia e Melo, candidate-se já para trocar as voltas a estes bandalhos. Até o Presidente Marcelo já está a afiar facas para o encostar.
    Qual Passos qual que, esse parasita que continue onde está e que não se mostre, não esquecemos a porcaria que fez.
    Senhor Presidente Marcelo, não fale do que não sabe. Os portugueses querem o passos bem longe.

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