Gouveia e Melo substitui capelão da Marinha

Miguel A. Lopes/ Lusa

O Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), Henrique Gouveia e Melo, vai substituir o capelão da Marinha, Licínio Luís.

O Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), Henrique Gouveia e Melo, vai afastar o capelão da Marinha. De acordo com o Observador, que cita fontes militares, Licínio Luís vai ser substituído pelo atual capelão dos Pupilos do Exército, o padre Diamantino Teixeira.

O bispo das Forças Armadas, D. Rui Valério, que tem a responsabilidade de exonerar e conduzir os párocos, remeteu todos os esclarecimentos sobre o caso para o gabinete do CEMA. O gabinete de Gouveia e Melo não confirmou as mudanças em curso e o capelão da Marinha recusou-se a falar sobre o caso.

No entanto, o Observador sabe que o capelão dos Pupilos do Exército foi informado há, pelo menos, duas semanas de que ia ser colocado em novas funções.

Fonte oficial da Marinha explicou ao Diário de Notícias que estas rotações são normais e decididas pelo bispo das Forças Armadas em concordância com os chefes.

O afastamento do capelão da Marinha surge cerca de um mês e meio depois de uma primeira tentativa de transferência. A 29 de abril, em resposta às questões colocadas pelo Observador, o gabinete do CEMA referia que, naquela data, “o senhor capelão encontra-se exonerado” das suas funções, depois de um encontro presencial com o almirante CEMA.

A decisão estava associada às críticas que Licínio Luís teceu a Gouveia e Melo a propósito de um discurso que o CEMA fez na casa dos fuzileiros.

Licínio Luís fez uma publicação no Facebook contra as declarações proferidas pelo Chefe de Estado-Maior da Armada e em defesa dos dois fuzileiros envolvidos na agressão violenta à porta de uma discoteca de Lisboa, que resultou na morte do agente da PSP Fábio Guerra.

Na publicação, entretanto apagada, o capelão defendia que “os jovens estavam a divertir-se e foram provocados”, e perguntava a Gouveia e Melo: “O senhor almirante nunca foi para a noite? Nunca bebeu uns copos?

“Juízo com os nossos julgamentos. Aguardemos pelas investigações. Os nossos jovens têm direito a serem respeitados. Os jovens da PSP estavam no mesmo âmbito e alcoolicamente tão bem-dispostos como os nossos. Juízo com os nossos julgamentos”, lia-se no mesmo post.

A condição de “exonerado” acabaria por não durar mais de 24 horas. Licínio Luís pediu desculpas na mesma rede social e, no dia seguinte, o almirante Gouveia e Melo recuou na decisão, voltando a integrar o capelão.

Apesar disso, já nessa altura, várias fontes militares admitiam que seria uma questão de tempo até que o afastamento fosse concretizado.

ZAP //

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