“Não quero arruaceiros na Marinha”. O raspanete de Gouveia e Melo aos fuzileiros após morte de agente da PSP

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Tiago Petinga / Lusa

O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal

O almirante Henrique Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA).

“Não quero arruaceiros na Marinha”, disse o almirante Gouveia e Melo num discurso aos fuzileiros no dia do funeral do agente da PSP Fábio Guerra.

O agente da PSP Fábio Guerra, de 26 anos, faleceu na segunda-feira de manhã, depois de ter passado dois dias em coma, no Hospital de São José, devido a graves lesões cerebrais, sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca MOME.

A Polícia Judiciária deteve três homens suspeitos do homicídio: dois fuzileiros e um civil, com idades entre os 21 e os 24 anos. Os três suspeitos agrediram cinco agentes da PSP que se encontravam de folga, mas que tentaram terminar com uma rixa à porta da discoteca.

No dia do funeral de Fábio Guerra, esta quinta-feira, o almirante Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), discursou ao Corpo de Fuzileiros.

“Quando vejo alguém a pontapear um ser caído no chão, vejo um inimigo de todos nós, dos seres decentes, vejo um selvagem, vejo o ódio materializado e cego, vejo acima de tudo um verdadeiro covarde”, disse o antigo coordenador da task force de vacinação contra a covid-19 numa intervenção escrita, à qual o Expresso teve acesso.

“Os acontecimentos do último sábado já mancharam as nossas fardas independentemente do que vier a ser apurado. O ataque selvático, desproporcional e despropositado não pode ter desculpas e justificações nos nossos valores, pois fere o nosso juramento de defender a nossa pátria. O Agente Fábio Guerra era a nossa pátria, a PSP e as Forças de Segurança são a nossa pátria e nela todos os nossos cidadãos”, acrescentou Henrique Gouveia e Melo.

O ditado popular diz que não se pode ter cordeiros em casa e lobos na selva, mas o almirante salienta que “se não conseguirem ser isso mesmo, lobos na selva, mas cordeiros em casa, então não passamos de um bando violento, sem ética e valores militares”.

“Não quero arruaceiros na Marinha; não quero bravatas fúteis, mas verdadeira coragem, física e moral”, atirou ainda. No final do discurso, houve um minuto de silêncio em honra ao agente Fábio Guerra.

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11 Comments

  1. Perfeito! Espero que o juíz que ficar com este processo tenha a mesma capacidade de isenção, coragem, determinação e sentido de justiça e não ache que são bons rapazes , que tiveram azar na vida e como tal devem ser desculpados. Alguém que pontapeia um seu semelhante prostrado no chão, qd já não existe potencial ameaça, não merece o ar que respira. Faça-se justica contra estes canalhas.

  2. Perfeito, bem haja almirante
    Pena que não haja um almirante para apanhar e castigar os tais irmãos ciganos de COIMBRA, que pontapearam na cabeça VÁRIAS VEZES, um cidadão e que continuam a monte, independente de já terem sido referenciados pela população e denunciados , mas parece que a judiciária aqui não quer ou não pode fazer nada.

  3. O Sr. Almirante já vem tarde demais com esse discurso: Já há algum tempo que esse tipo de malta se infiltrou nas Forças Armadas, e que daqui transitaram para a polícia… E as chefias militares conhecem o problema, mas como têm falta de efetivos, deixam entrar todo o lixo… E os resultados estão à vista: roubo de armas em Tancos, tráfico de diamantes, agora isto…

  4. Bravo, Senhor Almirante Gouveia e Melo! O Almirante é uma lufada de ar fresco na fétida cúpula de poder do nosso país. Precisamos de mais homens como este no comando, ao invés de políticos incompetentes e gananciosos, cheios de orgulho mas zero honra, zero dignidade e zero humildade… políticos do “politicamente correto”, sem verticalidade, incapazes de assumir uma posição de defesa do nosso país e dos valores mais sagrados… vassalos do compadrio. Há muito que Portugal precisa de homens como o Almirante Gouveia e Melo, que nos transmite exemplos de amor à pátria, justiça, honra e sentido de dever.

  5. Tive o privilégio de me ter sido apresentado uma vez, no IUM, quando comandava um dos Submarinos, num evento em que participei. Destacava-se de entre os demais.
    Na altura, foi apenas um cumprimento de circunstância, pelo que nada fiquei a saber deste Senhor.
    Quando assumiu a coordenação da task-force, embora compreendendo a ideia subjacente ao camuflado, enquanto política de comunicação, não apreciei.
    Mas, a verdade é que o desempenho e as sucessivas intervenções deste Senhor têm confirmado a primeira impressão que dele tive. Um exemplo de liderança. Para outros seguirem…
    Este é só mais um caso. Uma intervenção no ponto. Agora é a justiça fazer o seu trabalho e responsabilizar e punir severamente quem tiver de o ser. Doa a quem doer!

  6. Portugal percisa da “defesa” SR AL.IRANTE e percisa de ser defendido deste tipo de gentalha que nao acrescenta nada de bom ao nosso pais…por isso quem nao acrescenta nada de bom ou è para ir embora ou deve ir para o tarrafal pagar em dobro…porque têm o dobro da responsabilidade…
    Seja politicos seja melitares sejam civis…
    Quem tem culpa deve pagar seja em que area for….

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