A autoridade bolsista dos EUA está a investigar se a Goldman Sachs subornou dirigentes da Autoridade de Investimento Líbia (AIL) para obter contratos durante o regime de Muammar Kadhafi, revelou uma pessoa familiar com o assunto.
Os pontos sob investigação nos EUA integram também uma queixa apresentada pela AIL em Londres contra a Goldman Sachs, depois de o fundo de investimento soberano líbio ter perdido cerca de mil milhões de dólares (790 milhões de euros) em produtos derivados, em operações realizadas pela Goldman Sachs em seu nome.
A SEC, autoridade bolsista dos EUA, está a investigar se a Goldman Sachs ofereceu um estágio em 2008 ao irmão de Mustafa Zarti, vice-presidente da AIL, especificou a fonte.
A Goldman Sachs defendeu a concessão do estágio, argumentando que Haitem Zarti foi selecionado depois de um concurso muito disputado.
“O estágio foi visto pela Goldman Sachs como parte do programa de formação que ofereceu à AIL”, justificou a instituição em declaração entregue no tribunal britânico.
As empresas dos EUA estão proibidas de fazer pagamentos de despesas ou dar prendas a membros de governos estrangeiros, como os que dirigem fundos de investimentos soberanos estrangeiros, para obter ou manter negócios.
A SEC está também a investigar se os pagamentos da Goldman Sachs de despesas de hotel de dirigentes da AIL, durante uma viagem a Marrocos, constituem uma prenda ilegal, adiantou a fonte.
No documento que entregou ao tribunal, a Goldman Sachs admitiu que um seu empregado “deu ocasionalmente pequenas prendas a empregados da AIL”, mas negou que “isso acontecesse frequentemente, que seja raro em qualquer contexto de relação comercial com clientes ou que tenha qualquer significado”.
As notícias do caso foram divulgadas devido ao início, esta segunda-feira, no tribunal londrino, de uma audiência preliminar no processo da queixa da AIL contra a Goldman Sachs.
A AIL afirmou que a sua inexperiência internacional e a relação de confiança com o banco norte-americano foi “explorada” pela Goldman Sachs, que terá tido um ganho de 350 milhões de dólares nas operações que conduziram a uma perda de mil milhões de dólares para a AIL.
/Lusa