A recontagem dos votos das eleições presidenciais norte-americanas no estado da Geórgia confirmou a vitória do democrata Joe Biden, anunciaram na quinta-feira as autoridades locais.
A contagem inicial deu ao democrata uma vantagem de 14.000 votos, agora reduzida para pouco mais de 12.200. Donald Trump pode ainda solicitar uma outra recontagem.
A margem de vitória foi tão pequena que foi feita uma recontagem manual. A diferença diminuiu ligeiramente, ficando Joe Biden agora com pouco mais de 12.200 votos à frente.
A diferença entre os dois candidatos é ainda muito pequena. Trump, que contesta a derrota, pode, por isso, solicitar uma outra recontagem, esclareceu o gabinete do secretário de estado da Geórgia, responsável pelas eleições.
A vitória de Biden alarga a vantagem no Colégio Eleitoral sobre o recandidato republicano à Casa Branca. Biden foi declarado vencedor das eleições presidenciais a 07 de novembro, depois de ter conquistado três importantes estados: Pensilvânia, Michigan e Wisconsin.
Biden tem agora 306 delegados ao Colégio Eleitoral, contra os 232 de Trump.
Isto acontece numa altura em que o presidente eleito volta a criticar a situação política do país. “Estamos a testemunhar uma irresponsabilidade incrível, que é incrivelmente danosa na mensagem que envia para o resto do mundo acerca de como a democracia funciona”.
Segundo o DN, num encontro com a imprensa após uma reunião por videoconferência com 10 governadores estaduais, Biden abordou ainda a crise pandémica, e fez questão de deixar claro que não tem qualquer plano de ordenar um confinamento nacional, apesar de o número de casos no país estar a subir.
“Não existe qualquer circunstância que anteveja que me leve a decretar um confinamento nacional. Penso que tal seria contraprodutivo”, garantiu.
“Querido Biden: estás a brincar comigo?”
Joe Biden já escolheu com quem irá trabalhar nos próximos 4 anos na Casa Branca, mas nem todas essas escolhas foram unânimes. É o caso de Cedric Richmond, deputado da Louisiana que vai abdicar do seu lugar no Congresso para assumir o cargo de conselheiro do novo Presidente norte-americano e de diretor do Gabinete da Casa Branca para o Compromisso Público.
Segundo o Expresso, Richmond terá sob a sua responsabilidade vários assuntos relacionados com as alterações climáticas, e precisamente por isso vários ativistas pelo clima manifestaram reservas quanto à sua escolha para o cargo, dada as ligações de Richmond às indústrias de combustíveis fósseis.
De acordo com uma investigação publicada em 2019 pelo “The Guardian”, o congressista fez grandes subvenções a indústrias químicas e ligadas à exploração de gás e ao petróleo, mantendo-se “indiferente”, como escreve o jornal, a questões relacionadas com a poluição local.
Para além de Cedric Richmond, há outra escolha polémica de Biden na área do ambiente. É a de Michael McCabe, escolhido para fazer parte da equipa de transição da Agência de Proteção Ambiental norte-americana.
Num artigo de opinião intitulado “Dear Joe Biden: are you kidding me?” (“Querido Joe Biden: estás a brincar comigo?”, numa tradução livre em português), publicado no referido jornal, Erin Brockovich, ativista pelo clima, lembra que McCabe trabalhou como consultor da DuPont numa altura em que “a empresa tentava a todo o custo obter uma licença para a utilização do C8”, ou PFOA-C8 – ácido perfluorooctanóico, inventado em 1945 nos EUA.
“Trata-se de um produto tóxico e que é usado em tudo, desde roupas impermeáveis, tecidos resistentes às manchas, embalagens para alimentos e frigideiras antiaderentes, e que está associado a problemas de fertilidade, cancro e lesões no fígado”, escreve a ativista.