Nicolás Maduro anunciou ontem um aumento dos preços da gasolina primeira vez em 17 anos, o maior na história da Venezuela: de 0,013 euros para 0,85 euros por litro. A moeda nacional sofre uma desvalorização de 37% e o salário mínimo aumenta 20%.
O Presidente venezuelano falava em Caracas, no Salão Ayacucho do palácio presidencial de Miraflores, durante uma reunião de ministros, transmitida pelas rádios e televisões do país, em que fez um balanço da Agenda Económica Bolivariana para enfrentar a crise venezuelana.
Durante o discurso que durou quatro horas, Nicolás Maduro justificou este aumento do preço dos combustíveis com a necessidade do Estado não poder subsidiar a totalidade dos custos de produção, já que a petrolífera estatal e o Governo “pagam para que os venezuelanos ponham gasolina”.
Até agora, no país que tinha “a gasolina mais barato do mundo”, era possível encher um depósito médio de gasolina super com três bolívares (0,42 euros) e uma garrafa de água de 220 cc custa 50 bolívares (7,15 euros).
De acordo com Maduro, um litro de gasolina normal passa de 0,07 bolívares para 1,00 bolívar por litro (de 0,01 euros para 0,14 euros o litro à taxa de câmbio Cencoex, a principal do país), o que representa um aumento de 1000%, e a gasolina de 95 octanas passa de 0,097 bolívares para 6,00 bolívares por litro (de 0,013 euros para 0,85 euros o litro), o que representa um aumento de 6.000%.
“Chegou a hora de instalarmos um sistema que garanta o acesso aos derivados dos hidrocarbonetos a preços justos, venezuelanos, mas que garanta duas coisas: o pagamento do que se investe para produzir essa gasolina e, inclusivamente, o salutar funcionamento da Petróleos da Venezuela, a nossa indústria petrolífera”, afirmou o chefe de Estado.
Salário mínimo aumenta 20%
Nicolás Maduro anunciou ainda um aumento de 20% no salário mínimo, de 9.600 bolívares (1.300 euros) para 11.520 bolívares (1.600 euros), que entrará em vigor a partir de março.
“Vamos combinar um aumento, o primeiro deste ano, para defender o rendimento real dos trabalhadores e trabalhadoras, de 20% do salário e de 2,5% na base do cálculo do cesta-ticket“, afirmou, referindo-se ao subsídio de alimentação.
Segundo o chefe de Estado, “o rendimento integral dos trabalhadores e trabalhadoras” passará de 16.399 bolívares para 24.853 bolívares (de 1.477 euros para 2.239 euros), com o subsídio de alimentação incluído. O aumento abrange também os reformados e pensionistas.
Os venezuelanos queixam-se com frequência dos elevados preços dos produtos – um café custa 120 bolívares (10,81 euros), um quilo de carne de vaca chega a 1.800 bolívares (162,16 euros) e uma sopa a 400 bolívares (36,03 euros).
Segundo os últimos dados oficiais divulgados pelo Banco Central da Venezuela, entre outubro de 2014 e setembro de 2015 o país registou mais de 140% de inflação.
Desvalorização da moeda
Maduro anunciou ainda um desvalorização do bolívar em 37%, apenas para as importações prioritárias.
A taxa Cencoex – a principal taxa do bolívar, usada pelo Estado para importações como alimentos e medicamentos – passa de 6,30 para 10 bolívares por cada dólar norte-americano (de 6,99 para 11,1 bolívares por cada euro).
Além da Cencoex, existem duas outras taxas oficiais, uma a 13 bolívares e a outra a 200 bolívares por cada dólar norte-americano (14,43 e 222 bolívares por cada euro).
Há ainda uma cotação conhecida como dólar paralelo, que ronda os 1.160,00 bolívares por cada euro, mas cujo valor é proibido divulgar localmente.
ZAP / ABr
Mas este gajo ainda por lá anda… Coitadinhos dos Venezuelanos.
O dólar paralelo pode ser proibido de anunciar a cotação lá, mas (ainda) não é cá! Usar o câmbio oficial para converter o preço dos bens é enganador. O kg de carne de vaca custa pouco mais de 1 euro se usarem o câmbio da rua, e não o oficial.
Certo, Certo. Então afinal o salário mínimo aumentou, de acordo com essa conversão, o Salário Mínimo aumentou para cerca de 8 euros. Viva o Socialismo!!!
Inflação sobre inflação, por mais que suba os salários jamais conseguirá inverter o caminho do aumento do custo de vida, parece ser bom professor em socialismo e estou a temer que por cá lhe sigam as pisadas.