Galp: regresso ao mercado regulado de gás natural “não é medida eficiente”

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Mário Cruz / Lusa

O CEO da Galp, Andy Brown, à direita

O presidente executivo da Galp, Andy Brown, criticou esta segunda-feira a medida do Governo de possibilitar o regresso ao mercado regulado de gás, que abrange famílias e pequenos negócios, defendendo que “não é uma medida eficiente para beneficiar quem precisa”.

O responsável defendeu, durante uma conferência promovida pela CNN sobre a transição energética, que esta “não é uma medida eficiente para beneficiar quem precisa”, uma vez que vai abrangir pequenos negócios, “incluindo os que não precisam”, permitindo que esses acedam a tarifas mais baixas.

Andy Brown informou, citado pelo Diário de Notícias, que a Galp está a discutir com o Governo, que na sua opinião “inverte anos de progresso no sentido da liberalização e do mercado livre”. Lembrou ainda que o mercado regulado de gás tem extinção determinada por lei até 2025.

Também presente no evento, o ministro do Ambiente e Ação Climática Duarte Cordeiro abordou as dificuldades reportadas na passagem para o mercado regulado de eletricidade (no gás natural a mudança só é possível a partir de 01 de outubro).

“Ninguém ganha em dificultar a vida a quem tenta aceder ao mercado regulado”, declarou, pedindo desculpa aos portugueses que procuram tarifas mais baixas e que têm sentido dificuldades na transição para o mercado regulado, como grandes filas para atendimento nas lojas físicas dos comercializadores.

Duarte Cordeiro disse que “são muitas as famílias que estão a mudar”, apesar de não ter ainda um número exato de clientes que já transitaram de regime. “Lamentamos este pequeno transtorno e estamos a procurar evitar que deste transtorno surjam abusos ou aproveitamentos”, sublinhou.

“Há condições para as empresas reforçarem o seu atendimento, apelamos a que o façam. Se as pessoas têm a decisão tomada [de mudar para a tarifa regulada] não há razão para o dificultar”, afirmou, citado pelo Expresso.

O gestor da Galp aproveitou para informar que “há alguma frustração pública [com as filas no acesso às lojas para aderir às tarifas reguladas], mas precisamos de nos lembrar que os CUR [comercializadores de último recurso] geriam apenas 2% do consumo de gás em Portugal”.

“Havia muito poucas pessoas nas empresas [de tarifas reguladas]. Estamos a reforçar as equipas, mas temos de ter paciência”, acrescentou Andy Brown.

“Fazemos muito pouco dinheiro em Portugal”

Na mesma ocasião, Andy Brown contestou o lançamento de um imposto sobre as petrolíferas, procurando desfazer o que disse serem “mitos” sobre os alegados ganhos excessivos da empresa.

“Infelizmente fazemos muito pouco dinheiro em Portugal”, afirmou, notando que no primeiro semestre a Galp incorreu em perdas de 135 milhões de euros relacionadas com cortes no abastecimento de longo prazo de gás da Nigéria, que a empresa teve de compensar comprando a energia no mercado a preços mais altos.

Indicando que a Galp acabou por ter bons ‘cash flows’ no primeiro semestre, sublinhou que o grupo tem 8 mil milhões de euros de capital empregue pelo mundo fora, pelo que os resultados da primeira metade do ano equivalem a um retorno da ordem dos 10%, inferior ao registado noutros negócios.

O CEO da Galp referiu, citado pelo Expresso, que 80% dos ‘cash flows’ da Galp vêm de exploração e produção de petróleo, em geografias como o Brasil e Angola.

Andy Brown rejeitou a ideia de criar um imposto adicional sobre as petrolíferas, indicando que desde que 2005 a operação de refinação da Galp em Portugal tem um ‘cash flow’ negativo, que apenas passou a positivo este ano.

ZAP //

4 Comments

  1. ouço falar do mercado regulado do gás e o resto?
    de acordo com os dados publicados s´0 1,5 milhoes de pessoas tem gás natural e o resto da população como faz? compra gás de botija a preços exorbitantes?
    aqui à uns meses saiu a lei de se pesar as botijas na compra e depois na devolução para se pagar apenas o gás efetivamente pago e nem isso é feito ou controlado…
    pobre miséria…

  2. O Sr estrangeiro que gere mais uma empresa que já foi estatal tem toda a razão!
    Estas medidas são pouco eficientes, principalmente no que diz respeito aos bolsos dele e dos acionistas!
    Afinal eles não tiveram lucros… se forem ver bem ainda tiveram prejuízos e o estado (AKA, contribuintes) ainda terão de arranjar um fundo de compensação tipo o do novo banco!
    Viva o fascismo encapotado de capitalismo! O que é preciso é chupar bem o Zé Povinho para eles levarem as vidas que levam.

  3. J. Galvao, os fofinhos têm toda a razão, e dito assim até parece razoável criar um subsídio para os acionistas daquelas empresas ??? atençao que eles também leem o ZAP e poderão aproveitar este empurrão, nao para caírem, mas para “mamarem ” mais uns milhoes. Na verdade, estas Empresas de utilidade publica que foram criadas com o dinheiro do Povo
    para servir o Povo, foram abusivamente assaltadas pelos chamados Capital Privado, chamados ou entusiasmados pelo Pai político do fofinho António Costa, qual latifundiários famintos do nosso do nosso bem-estar, e criaram um mau estar as nossas carteiras aos nossos bolsos, a nossa forma de vida e nao querem largar as ” tetas “, fomos tao felizes enquanto os preços eram controlados e os aumentos eram atempadamente preparados e de rigor, para o ano seguinte. Então vivia-se
    com segurança, nao faltavam trabalho, empregos, nem se expulsavam crianças do campo de Futebol, fosse qual fosse o seu club preferido, hoje roubam-se carros de dia e nos cruzamentos, e nao se apanha o ladrão, mantam- se mulheres de qualquer maneira, a violência convive nas sombras de quer bairro em qualquer Cidade, tudo porque nao se cria trabalho produtivo e ocupacional, para mais riqueza do nosso pais e da nossa sociedade, nomeadamente para a nossa família. Mas os sanguessugas estão sempre a espreita e preparados para o assalto as nossas unidades de produção, sejam as pescas a agricultura, os transportes, a indústria pesada, o ensino, a saude etc….???, vamos pedir de volta tudo o que criamos e entao seremos mais felizes.

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