Galp fechou 2022 com lucro histórico de 881 milhões de euros

José Sena Goulão / Lusa

A Galp praticamente duplicou os lucros em 2022, obtendo um resultado líquido positivo de 881 milhões de euros, o maior da sua história, e um crescimento de 93% face ao ano anterior.

De acordo com os resultados, comunicados esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no quarto trimestre de 2022 os lucros da empresa cresceram 143% em termos homólogos, para 273 milhões de euros.

Face aos resultados obtidos, a administração da Galp propõe distribuir um dividendo bruto de 52 cêntimos por ação, que comparar com os 50 cêntimos pagos sobre o exercício do ano prévio, e executar um programa de recompra de ações de 500 milhões de euros ao longo de 2023, notou o ECO.

A empresa comunicou igualmente à CMVM que vai desinvestir nos ativos de produção e de exploração em Angola. A Galp assinou um acordo com a SOMOIL – Sociedade Petrolífera Angolana para a venda dos mesmos e espera receber cerca de 830 milhões de dólares (cerca de 777 milhões de euros), líquidos de impostos.

Segundo a empresa, 2022 foi um ano de “forte desempenho operacional”. A ajudar o resultado líquido esteve um crescimento de 66% face ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA), que alcançou 3.849 milhões de euros, que a Galp justifica com a “melhoria das condições de mercado durante o período”.

A atividade industrial e de gestão de energia (onde estão os negócios de reinaria e da revenda de gás natural) obteve um EBITDA de 451 milhões de euros e o do negócio de produção de petróleo ascendeu a 3.083 milhões de euros.

A menor fatia dos resultados da empresa continua a ser as energias limpas: o EBITDA das operações de solar e novos negócios foi de 50 milhões de euros.

O capital liberto, referiu o Público, ascendeu a 1.700 milhões de euros. “que cobrem duas vezes os dividendos” e a recompra de ações.

Este ano, a Galp contou com a cotação do Brent a rondar os 100 dólares, que permitiu à empresa extrair uma elevada rentabilidade por barril: a margem de refinação foi de 11,6 dólares.

O EBITDA deverá rondar os 3.200 milhões de euros, com geração de capital operacional de 2.200 milhões.

Em 2022, a Galp investiu 1.265 milhões de euros, dos quais metade em produção e exploração. As renováveis e novos negócios representaram 32% deste valor. A 31 de dezembro de 2022, a empresa registava uma dívida líquida de 1.555 milhões de euros, uma diminuição de 802 milhões face ao mesmo dia do ano prévio.

Mas os lucros altos não são exclusivos da Galp. Em setembro de 2022 a Repsol anunciou que os lucros subiram 66%, para 3222 milhões de euros. A petrolífera espanhola atribuiu os resultados nos primeiros três trimestres do ano ao aumento dos preços dos hidrocarbonetos.

Meses antes, em maio, a britânica BP anunciou um lucro recorde de quase 5,9 milhões de euros, o valor mais alto em mais de uma década. Para estes valores foram essenciais o “desempenho excecional” da sua divisão de comércio de petróleo, os preços do petróleo e do gás e, uma vez mais, as maiores margens na refinação.

Tal como em 2023, a Galp também será chamada a pagar a taxa sobre os chamados lucros excessivos. A empresa anunciou ao mercado, em dezembro, que o tributo sobre as “atividades de refinação e de comercialização da Galp em Portugal”, incidindo sobre os anos de 2022 e 2023, poderá ter um impacto de 100 milhões de euros.

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