“As pessoas não são ratos”. Fundadora do Chega deixa o partido com duras críticas a Ventura

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Manuel de Almeida / Lusa

Era a militante número 6 e uma das fundadoras do Chega, mas bateu com a porta, com duras críticas à liderança de André Ventura. Lucinda Ribeiro lamenta que o Chega “está obcecado com o poder” e que parece cada vez mais um “novo PSD”.

“Escolho seguir a minha consciência e escolho defender a 100% a Liberdade e a Verdade. Escolho defender as pessoas, que não são ratos, nem traidores, nem instrumentos para atingir fins”. É desta forma que Lucinda Ribeiro se desfilia do Chega numa mensagem de correio electrónico enviada à direcção do partido, conforme transcreve a revista Visão.

Na hora do adeus ao partido que ajudou a fundar, aquela que era uma referência da Igreja Evangélica dentro do Chega deixa duras críticas à direcção de André Ventura.

“Nada é para sempre, por isso vejam como tratam as pessoas. Não basta usar o nome de Deus, lembrem-se que ele vê o que fazem em segredo e, para ele, as pessoas são o mais importante”, aponta Lucinda Ribeiro no referido email que é citado pela Visão.

A publicação nota que Lucinda Ribeiro é umas das “militantes mais influentes” do partido e que ajudou a sua franja de apoio a crescer graças a “dezenas de páginas de apoio a Ventura nas redes sociais”.

Certificado de vacinação foi gota de água

A programadora informática explica à Visão que o facto de o Chega admitir o certificado de vacinação como uma espécie de mal menor foi a gota de água que levou à sua saída.

“É uma medida nazi, discriminatória e inconstitucional. Após estas declarações do André Ventura, o meu filho (com 20 anos e sempre saudável) foi vacinar-se para não perder o acesso ao ginásio, essencial para ele”, destaca Lucinda Ribeiro em declarações à Visão.

“Estamos num momento fulcral da história, não há tempo para nins e indefinições. Em relação às medidas pandémicas, o Chega não se definiu. Ainda estou à espera que retire a proposta de revisão constitucional de «internamento compulsório»”, diz ainda.

Lucinda Ribeiro considera também que “o Chega está cada vez mais próximo de ser o novo PSD e na próxima revisão constitucional isso será claro”. “Este novo Chega está obcecado com o poder e em ser governo a qualquer preço”, conclui.

O desconforto de Lucinda Ribeiro com a liderança de Ventura vinha já crescendo de tom, nomeadamente “com o reforço dos sectores católicos na direcção e algumas das posições públicas do partido que considera contrárias à defesa dos valores judaico-cristãos”, segundo refere a Visão.

A agora ex-militante tinha sido afastada de vogal da direcção no congresso de Coimbra, em Maio, mas continuou no Conselho Nacional. Contudo, em Novembro, foi colocada num lugar não elegível na lista oficial àquele órgão.

Ventura insinua, no seu perfil do Twitter, que Lucinda Ribeiro deixa o partido por desejar ser escolhida para “determinados lugares”.

Isto não é um centro de emprego, nem a misericórdia, vou continuar a escolher aqueles que entendo serem os melhores para servir Portugal”, alerta o líder do Chega.

ZAP //

1 Comment

  1. A sério? que segundo a sondagem da tvi, o chega vai ser a 3ª força politica em Portugal???? Espero que não…….Mas a catarina disse que o Ps estava a ser arrogante , afinal, ela, de esquerda é que está a ser arrogante, ao não se unir á esquerda para evitar situações destas.

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