Funcionários de Zaporíjia detidos “por passar informações à Ucrânia”. Chefe pró-russo morre em explosão de carro

Dois funcionários da central nuclear de Zaporíjia, controlada pelos russos, foram detidos por terem alegadamente transmitido informações às autoridades ucranianas, informou a Rússia.

A Guarda Nacional russa disse que deteve os funcionários para travar “ações ilegais” que ameaçavam a segurança da central. De acordo com autoridades, ambos tinham transmitido informações às forças armadas ucranianas sobre a localização dos trabalhadores e dos equipamentos, avançou esta quarta-feira o Independent.

Um terceira pessoa foi detida por violar os procedimentos de acesso à central.

A central nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa, foi ocupada pelas tropas russas em março. O ‘staff’ ucraniano continua a operar o local, que tem estado sob ataque nas últimas semanas, suscitando receios de um desastre nuclear.

Na semana passada, um dos funcionários relatou que havia no local uma “enorme pressão”, com as tropas russas fortemente armadas a patrulhar todas as áreas. De acordo com essa fonte, o ‘staff’ mantinha-se no local para evitar um desastre nuclear.

Esta quarta-feira morreu um alto funcionário russo na região de Zaporíjia, após a explosão de uma bomba instalada no seu carro, informou um membro da administração regional apoiada por Moscovo.

“Um dispositivo explosivo foi colocado debaixo do banco do carro”, escreveu Vladimir Rogov, membro da administração russa na região, no Telegram. “Ivan Sushko foi ferido na explosão e hospitalizado num estado crítico”, indicou Rogov, acrescentando: “Morreu pouco tempo depois”.

De acordo com as autoridades russas, Sushko levava a filha ao infantário no momento da explosão. A criança sobreviveu e não sofreu ferimentos graves.

Sushko, de 40 anos, foi enviado para a Ucrânia em maio como chefe da “administração civil-militar” de Mykhailivka. O homicídio é o último de vários ataques nas últimas semanas contra funcionários pró-russos em Zaporíjia e Kherson, regiões de ocupadas pela Rússia.

O carro do oficial Igor Telegin foi armadilhado, ainda que tenha sobrevivido, e Darya Dugina, filha de Aleksandr Dugina morreu numa explosão enquanto conduzia quando regressava a casa vinda de um festival.