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Fronteira entre Suíça e Itália está a mudar de sítio com o derretimento de um glaciar

(cv) NASA Goddard / Youtube

Há 40 anos foi construída uma pousada que se encontrava sobre o solo italiano. Agora, situa-se entre os dois países.

O derretimento do glaciar Theodul, na cordilheira dos Alpes, tem sido tão acentuado que a fronteira entre a Suíça e a Itália está a mudar de sítio.

A pousada montanhosa Rifugio Guide del Cervino, teoricamente, situa-se no vale de Aosta, a região italiana que faz fronteira com a França e a Suíça. No entanto, o derretimento do glaciar fez com que começasse a passar para o território suíço.

A pousada foi construída em 1984 e estava sobre o solo italiano. Mas agora, quase 40 anos depois, o cenário está a causar polémica.

Dois terços da pousada, dos quais fazem parte a maioria das camas e o restaurante, encontram-se, tecnicamente, na zona Sul da Suíça.

O Rifugio Guide del Cervino acolhe pessoas que queiram visitar os Alpes e explorar uma das maiores estâncias de esqui do mundo. Sendo uma pousada importante do a nível económico, tem havido uma disputa em relação à sua localização legal.

Segundo a agência France-Presse (AFP), em 2018 começaram “negociações diplomáticas” entre França e Suíça, que terão resultado, no ano passado, num acordo, mas os detalhes ainda não são conhecidos publicamente.

Lucio Trucco, um dos italianos responsáveis pelo Rifugio Guide del Cervino, não se entusiasma com a ideia de que, um dia, a pousada montanhosa passe a ser reconhecida legalmente como sendo suíça, segundo o Público.

“A pousada continua a ser italiana porque fomos sempre italianos. O cardápio é italiano, o vinho é italiano e os impostos são italianos”, insiste.

O derretimento do glaciar tem feito a fronteira entre Itália e Suíça mudar de sítio, ao alterar as coordenadas da bacia hidrográfica que separa os dois países.

De acordo com dados fornecidos à agência Reuters, os glaciares dos Alpes têm derretido a uma velocidade acentuada e preocupante.

De facto, a agência sublinha que este ano podem estar a perder as maiores quantidades de cobertura em pelo menos seis décadas.

Estes valores são realmente preocupantes, tendo em conta que o seu derretimento apenas começou a ser monitorizado há seis décadas.

Se as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) continuarem a aumentar, os glaciares dos Alpes perderão mais de 80% da sua cobertura atual até 2100.

No entanto, muitos glaciares vão desaparecer, mesmo que sejam tomadas ações drásticas quanto às emissões de GEE.

Alice Carqueja, ZAP //

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