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Fórmula matemática desvenda o mistério de como nadam os espermatozóides

Matthew Priteeboy / Deviant Art

"Origins of Life"

“Origins of Life”

Uma equipa de cientistas conseguiu criar uma fórmula matemática que prevê o movimento de um espermatozóide no caminho para a fertilização do ovo, com base na forma ritmada como move a cabeça e a cauda.

Investigadores das Universidades de York, de Birmingham e de Oxford, no Reino Unido, e da Universidade de Quioto, no Japão, tentaram simplificar aquele que é um processo extremamente complexo, o de “prever como é que o esperma faz a difícil jornada até à fertilização do ovo”, conforme explicam os autores desta pesquisa num comunicado divulgado pelo site Alphagalileo.org.

Actualmente, usam-se “técnicas de alta precisão de microscópios sofisticados” para perceber “como é que o esperma alcança a propulsão para a frente através do fluido” vaginal, conforme aponta um dos cientistas envolvidos na investigação, Hermes Gadêlha, do Departamento de Matemática da Universidade de York.

São usadas “simulações numéricas”, com base em modelos de computador, para tentar perceber o mecanismo, “mas como as estruturas do fluido são tão complexas” e devido ao elevado número de espermatozóides presentes em cada amostra, é muito difícil “entender e usar” os dados apurados, acrescenta Hermes Gadêlha.

DR Hermes Gadêlha / University of York

Cauda do espermatozóide move-se a ritmo característico que puxa a cabeça para trás e para os lados, criando um fluxo de líquido espasmódico.

Cauda do espermatozóide move-se a ritmo característico que puxa a cabeça para trás e para os lados, criando um fluxo de líquido espasmódico.

O objectivo da equipa científica foi, deste modo, criar “uma fórmula matemática que simplificasse a forma como abordamos este problema e tornasse mais fácil prever como é que grandes números de espermatozóides nadam”, aponta ainda o investigador.

Durante o processo de pesquisa, descrito num artigo científico no jornal Physical Review Letters, “descobriram que a cauda do espermatozóide cria um ritmo característico que o empurra para a frente, mas que também puxa a cabeça para trás e para os lados de uma forma coordenada”, criando “um fluxo de líquido espasmódico“, atestam os investigadores no comunicado.

É este ritmo característico que os cientistas conseguiram transcrever para uma “fórmula matemática relativamente simples” que pode ajudar “a compreender porque é que alguns espermatozóides têm sucesso e outros falham”, atesta Hermes Gadêlha.

O sucesso do processo de fertilização está altamente associado à capacidade de locomoção dos espermatozóides e este estudo pode assim dar um contributo decisivo para o tratamento da infertilidade masculina.

SV, ZAP //

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