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Forças Armadas perdem 4 a 5 militares por dia. Cem foram para supermercados

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José Sena Goulão / Lusa

Entre janeiro e setembro, as Forças Armadas perderam 1220 militares. Por dia, conta a TSF que avança os números esta quarta-feira, têm abandonado a carreira uma média diária de quatro a cinco militares desde o início do ano.

De acordo com a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), os baixos salários são os grandes responsáveis pelas saídas, que se têm sentido desde 2011.

O presidente da associação, António Mota, conta que 90% das saídas são de praças que ganham o salário mínimo nacional. “Um militar que que vá para a GNR fica logo à auferir mais 250 euros. Assim ninguém quer vir para as Forças Armadas”, explica à TSF.

“Ainda recentemente uma grande cadeia espanhola de supermercados que abriu a Norte só de uma vez foi buscar cem militares do Exército para fazer reposições”.

“As Forças Armadas são o melhor sítio para encontrar mão de obra barata – menos que os militares ninguém ganha”, explica António Mota.

Os número de 2019 ainda não estão fechados, mas o ano arrisca-se a ser um dos piores dos últimos tempos, de acordo com o mesmo responsável.

Números da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) revelam que em setembro de 2019 existia um efetivo de 25.580 militares, menos 4,5% do que no final de 2018 – e menos 26% que em 2011.

“Estes números são extremamente preocupantes. Aquilo que está em marcha é uma destruição deliberada das Forças Armadas”, concluiu António Mota.

ZAP //

8 Comments

  1. AS Forças Armadas de hoje não servem para nada a não ser custar ao erário público dinheiro dos contribuintes, eis a hora de de desmantelar com as coisas inúteis, as FA são uma das muitas que ainda existem.
    Para mais, os soldados não passam de carne para canhão do sistema.

  2. A solução é simples. Quem quiser ir para as forças policiais deve começar a carreira por um ramo das forças armadas. Um cidadão alista-se para uma polícia, recebe de seguida instrução militar adequada e a formação policial, tudo integrado. A seguir é admitido e ganha como se estivesse numa corporação policial, começando por servir num dos ramos das forças armadas, por exemplo, por um ano e meio, ou mais, e após esse período é automaticamente incorporado numa das polícias.
    Quem se alistar num ramo das forças armadas deverá, antes ou logo após, ter lugar reservado para as forças policiais, ainda que possa ter mais instrução para as funções. Deve haver harmonização salarial.

  3. Em contrapartida o número de oficiais e sargentos supera em muito o número de praças, somos o País da Europa com mais oficiais e de alta patente.

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