Força no espaço ajuda os buracos negros a comer tudo o resto (e é o fim)

A ciência já nos mostrou algumas vezes que nosso universo, um dia, num futuro muito, muito distante, vai acabar. Mas como é que isso vai acontecer? O físico teórico Robbert Dijkgraaf, professor do Instituto de Estudos Avançados em Princeton, nos EUA, explica como o universo vai encontrar a sua morte.

Basicamente, o que Robbert Dijkgraaf diz é que os buracos negros vão destruir tudo.

“Acho que a maior descoberta da teoria de Einstein é que o universo está a expandir-se. Mas aprendemos algo ainda mais dramático nos últimos anos. Aprendemos que o Universo não está apenas a expandir-se, há uma força dentro do espaço vazio que o ajuda a afastar-se”, explica o físico.

“Isso na verdade está a acelerar a expansão do Universo, e essa expansão terá consequências realmente dramáticas. Significa que a parte mais distante do universo vai começar a afastar-se tão rapidamente que, numa determinada altura, essa parte do Universo será mais rápida do que a velocidade da luz”, explica.

LIGO

Representação artística das fusões de buracos negros detectadas pelo LIGO

Segundo Dijkgraaf, essa aceleração trará consequências para a nossa galáxia, a Via Láctea. Todas as nossas galáxias vizinhas vão desaparecer lentamente, e um dia restará apenas a nossa galáxia – talvez com mais algumas outras.

“Nós vamos estar a viver num universo-ilha. Assim, quando a galáxia for deixada sozinha neste universo vazio, as estrelas vão-se apagar, uma a uma, vão queimar o seu combustível e desaparecer”, diz Dijkgraaf.

“E quando todas as estrelas queimarem o seu combustível, a única força que restará é a força da gravidade, que vai puxar lentamente as estrelas, e os buracos negros irão devorar tudo o que existe. E será isso”, acrescenta o físico.

Dijkgraaf acredita que, por este cenário ser muito desolador, muitos dos nossos físicos hesitam em acreditar que é realmente isto o que vai acontecer.

“Mas todos os estudos estão a apontar nessa direcção”, conclui Dijkgraaf.