Football Leaks: Sessão com declarações de Rui Pinto adiada por pedido de afastamento da procuradora

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Rui Pinto já não vai depor na sessão agendada para 13 de maio do julgamento do processo Football Leaks.

A sessão de sexta-feira do julgamento do processo Football Leaks, para a qual estava previsto que Rui Pinto prestasse declarações, foi adiada devido ao pedido de afastamento da procuradora do Ministério Público pelo arguido Aníbal Pinto.

A informação foi avançada ao fim da noite de terça-feira pelo Expresso e confirmada à Lusa por fonte ligada ao processo, que adiantou ter também sido adiada a audiência que estava agendada para dia 16, no Juízo Central Criminal de Lisboa, onde o julgamento decorre já desde setembro de 2020.

O advogado Aníbal Pinto pediu o afastamento da procuradora Marta Viegas depois de uma inspetora da PJ ter revelado que a magistrada se reuniu com colegas da polícia que tinham sido arrolados como testemunhas pelo advogado e arguido que chegou a representar Rui Pinto.

No pedido de recusa, Aníbal Pinto considera que a reunião entre Marta Viegas e os inspetores da PJ é “lamentável”, “moralmente inaceitável” e “absolutamente ilegal“.

Em causa está um e-mail apresentado ao tribunal pela inspetora da PJ Aida Freitas na última sessão, em 22 de abril, no qual o inspetor coordenador da investigação do processo, José Amador, convocava os colegas que seriam ouvidos em audiência para uma reunião com a procuradora Marta Viegas, que tem representado o Ministério Público na fase de julgamento.

Como consequência, o advogado Aníbal Pinto, igualmente arguido neste processo pelo crime de tentativa de extorsão, apresentou um incidente de recusa da magistrada, algo que terá agora de ser apreciado.

Rui Pinto, de 33 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto de 2020, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

ZAP // Lusa

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