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Fogo em Castro Marim obriga a evacuações. Chamas avançam 200 hectares por hora

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Luís Forra / Lusa

O incêndio que deflagrou de madrugada em Odeleite, no concelho de Castro Marim, no Algarve.

Seiscentos bombeiros estavam às 07:45 a combater o incêndio que deflagrou em Castro Marim dificultado pelos ventos fortes e que obrigou à retirada de várias pessoas ao longo da noite por precaução, segundo a proteção civil.

Fonte do comando regional do Algarve disse à Lusa, cerca das 07:45, que o fogo tinha uma frente ativa a sul e um flanco a sudoeste.

“Tal como previsto na segunda-feira, continua o vento forte. Durante a noite foram deslocadas várias pessoas por precaução, não havendo feridos a registar”, disse.

A mesma fonte adiantou que até às 08:30 serão acionados meios aéreos para ajudar a combater o incêndio.

ÀS 07:45, o incêndio, cujo alerta foi dado cerca das 01:00 de segunda-feira, mobilizava 600 operacionais, com o apoio de 205 veículos.

Fonte da proteção civil tinha dito anteriormente à Lusa que tinham sido deslocadas durante a madrugada 58 pessoas para as zonas de apoio à população”, em “povoados dispersos” e em “diferentes pontos do teatro de operações”.

Além destas, “houve mais pessoas que se deslocaram pelos seus próprios meios para casa de familiares e amigos”, acrescentou a fonte do comando regional do Algarve.

Foram criadas duas zonas de apoio à população, no Azinhal, Castro Marim, e em Tavira.

“O incêndio continua ativo e durante a noite foi feito um trabalho de consolidação dos planos e estratégias. O perímetro de incêndio é bastante alargado, as condições de acesso ao local difíceis e o vento é muito forte, o que dificulta as operações. Para esta terça-feira espera-se o mesmo, mas esperamos que o trabalho dê os seus frutos”, disse o comandante Miguel Oliveira, oficial de operações do Comando Nacional de Emergência da Proteção Civil, em declarações à Rádio Observador.

“Para termos ideia, estamos a falar de um incêndio que evolui dois quilómetros por hora, o que representa uma taxa de expansão média de 200 hectares por hora, sendo que nas últimas horas, nas horas subsequentes à reativação, este valor foi o dobro, portanto estamos a falar de um incêndio que evolui com rapidez fulminante”, disse o comandante operacional regional de Faro, Richard Marques.

Na segunda-feira à noite, o fogo já tinha entrado nos concelhos de Tavira e Vila Real de Santo António, sendo a prioridade dos bombeiros travar a expansão a sul, onde existe mais população.

O incêndio deflagrou à 01:05 de segunda-feira e chegou a ser dado como dominado pelas 10:20, mas o “quadro meteorológico severo”, com altas temperaturas e vento, estiveram na origem de uma “reativação muito forte, em pleno período crítico do dia, junto à cabeça/flanco direito do incêndio original, e este ficou rapidamente fora da capacidade de extinção”, explicou o comandante operacional regional de Faro, Richard Marques.

O fogo obrigou na segunda-feira a cortar a A22 entre os nós de Castro Marim e Altura, assim como a Estrada Nacional 125, entre Conceição de Tavira e Vila Nova de Cacela.

A EN 125 foi entretanto reaberta, às 22:37, continuando no entanto com circulação “condicionada”, devido à passagem dos meios de combate ao fogo, segundo o comando regional do Algarve, mantendo-se a A22 encerrada.

Pelas 11:00, as autoridades farão um novo ponto da situação, no Azinhal, no concelho de Castro Marim.

O presidente da Câmara da Castro Marim salientou que o mais importante agora é “defender as populações”.

“Estão aqui no Azinhal, mas há prejuízos enormes, estamos a falar de centenas de hectares que arderam, alfarrobeiras, amendoeiras, pinheiros, pessoas que se dedicavam à apicultura, também, e que viram os seus bens desaparecer de um momento para outro”, lamentou Francisco Amaral, em declarações à Lusa.

“O vento está a mudar de direção frequentemente e não se sabe quais são as outras povoações que podem ser atingidas. Há que fazer opções e, neste momento, a preocupação dos bombeiros é exatamente as populações e também isto poder chegar ali à mata de Santa Rita, uma mata nacional, e essa é uma preocupação dos bombeiros”, acrescentou.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Esta situação dos incêndios tem-se revelado ano após ano a imagem de um SNPC sem qualquer capacidade de organização e muito menos de intervenção. São muitos meios humanos e equipamentos afetos a uma instituição que não serve para nada. Nada! Ao longo dos últimos 5, 6 ou 7 anos deu para perceber que os meios aéreos só por sí, não resolvem quase nada. Consomem dinheiro, mas não apagam os fogos. Falta a necessária coordenação de meios, aéreos e terrestres e planear as frentes onde devem intervir de forma coordenada e eficaz. Mas os coitados dos “gajos” e “gajas” desta proteção civil, promovidas pelo palavreado barato que produziram nos incêndios de 2017, que não percebem nada, nada de fogos! Nem conhecem o terreno, nem como devem os recursos ser afetos por forma a atuar com alguma eficácia! Uma tristeza! Arde tudo! Arde principalmente o nosso dinheiro de forma tão displicente! Falam em teatro de operações, como se fosse uma “coisa” do outro mundo! Melhor comecem a falar do TEATRO QUE SÂO OS PROTAGONISTAS (EXCEPÇÃO AOS BOMBEIROS), AS OPERAÇÔES E A FORMA COMO AS CONDUZEM!!!!!!!!!!

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