Tal como os humanos, focas bebés alteram o tom de voz para chamar a atenção da mãe

Cientistas descobriram que, tal como os humanos, as focas bebés alteram o seu tom de voz para chamar a atenção das mães.

Embora seja uma característica rara entre mamíferos, há animais que mudam o seu tom de voz em determinadas situações, sendo um deles a foca (Phoca vitulina). Agora, conta o site IFLScience, uma equipa de cientistas descobriu que estes animais já possuem essa capacidade desde tenra idade.

O estudo, publicado a 1 de novembro na revista científica Philosophical Transactions of the Royal Society B, analisou oito crias, com entre uma e três semanas de vida, que estavam no Sealcentre Pieterburen, na Holanda. A equipa expôs as focas a sons captados perto do Mar de Wadden, ou Mar Frísio, que tanto podiam ser silenciosos como alcançar os 65 decibéis.

A altura do tom destes sons correspondia aos chamamentos das crias, logo, os investigadores estavam a tentar perceber se as focas alteravam o seu tom como resposta, algo a que chamaram de “frequência fundamental”.

Os resultados mostraram que as crias modificaram as suas vocalizações diminuindo a sua “frequência fundamental” em resposta ao “oceano” barulhento. As mudanças exibidas correlacionaram-se com as condições particulares de ruído às quais foram expostas.

Em declarações ao mesmo site, Andrea Ravignani, investigadora do Instituto Max Planck de Psicolinguística e uma das autoras do estudo, explicou que esta adaptação pode beneficiar os animais ao ajudar as suas mães a ouvi-los num lugar com muito barulho.

“Se estas crias agissem como a maioria dos animais, esperaríamos apenas que aumentassem a intensidade das suas vozes à medida que o barulho aumenta. No entanto, o que as focas fizeram foi baixar o tom da suas vozes para escapar à faixa de frequência de ruído, algo que apenas animais com um bom controlo de sua laringe podem fazer”, explicou.

“Isto mostra a plasticidade vocal das focas bebés desde pequenas, sugerindo que estes animais podem ser um dos poucos mamíferos que, tal como os humanos quando cantam ou falam uma língua tonal, podem modular com flexibilidade o tom das suas vozes”, acrescentou.

ZAP //

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