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FMI prevê que fluxo de refugiados ajude a aumentar PIB europeu

Um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) demonstra que a chegada massiva de refugiados pode ter um impacto positivo na economia europeia, com um aumento do PIB sobretudo nos países onde mais estrangeiros procuram asilo.

O estudo do FMI “Crise dos refugiados na Europa – Desafios económicos” baseou-se em exemplos do que aconteceu no passado com outras situações de grandes fluxos migratórios para fazer as contas do impacto na economia.

“O fluxo de requerentes de asilo deve ter um efeito expansionista imediato na economia”, adianta o FMI, apontando que “a curto prazo” se registará um “aumento da despesa pública, que irá aumentar a procura interna e o PIB”.

“Uma rápida integração dos refugiados no mercado laboral terá importantes benefícios económicos, orçamentais e sociais”, minimizando os riscos de exclusão social e maximizando o “contributo líquido destes para as contas públicas a longo prazo”, conclui o relatório.

Os técnicos responsáveis calculam que o aumento do fluxo de refugiados e requerentes de asilo poderá ter um impacto imediato de 0,09% no PIB europeu, subindo até 0,13% em 2017. Este efeito é “modesto” no geral, mas será mais pronunciado nos principais países de destino dos migrantes: Áustria (0,5% em 2017), Alemanha (0,3%) e Suécia (0,4%).

Em 2020, o PIB europeu pode crescer mais 0,25%, enquanto nestes três países o impacto é de 0,5% a 1,1% – mas impacto vai depender da forma como os refugiados são integrados.

O FMI acrescenta que os refugiados podem aliviar o problema demográfico europeu, com poucas crianças e muitos idosos, apesar de não poderem ser vistos como uma solução para o problema: quem procura asilo na Europa está a dirigir-se para países com baixas taxas de desemprego, e não necessariamente para onde o problema do envelhecimento é mais grave.

Os técnicos sublinham que “experiências passadas, tanto com imigrações económicas como humanitárias, indicam que os efeitos adversos nos salários e empregos são limitados e temporários“, defendendo a atribuição de autorização de trabalho e apoios específicos num curto prazo após a chegada dos refugiados. Atualmente, enquanto o processo é avaliado, os migrantes não são autorizados a trabalhar.

Portas fechadas

Este ano, a Áustria só vai aceitar 37.500 pedidos de asilo, uma redução drástica em relação aos 90 mil que recebeu em 2015. O anúncio da introdução de quotas foi feito esta quarta-feira pelo chanceler austríaco, Werner Faymann.

A decisão da Áustria implicará o aumento “massivo” dos controlos fronteiriços, mas o chanceler não explicou como isto será feito.

O presidente alemão, Joachim Gauck, defende que Berlim faça o mesmo. “A estratégia para limitar a imigração pode ser politicamente e moralmente necessária para garantir que o governo não perde a capacidade de atuar e garantir que a maioria da população não perca a disponibilidade para acolher os refugiados”, afirmou no Fórum de Davos.

“Logo, limitar não é contrário à ética, porque ajuda a manter a aceitação dos migrantes”, concluiu Glauck, cujo cargo é principalmente cerimonial.

Por outro lado, a chanceler alemã Angela Merkel continua a defender uma resposta europeia conjunta, afirmando que o seu governo irá apresentar novas propostas na cimeira europeia de meados de fevereiro.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, alerta para o risco de este tipo de ações se multiplicar e diz que os 28 têm seis a oito semanas para acabar com as divisões e a incapacidade de lidar com o problema. “Temos de pensar num plano B.”

ZAP

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