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Cientistas descobrem floresta de corais negros no mar dos Açores

nborges / Flickr

Ilha de S. Miguel, nos Açores

Os cientistas que embarcaram numa campanha de investigação científica que decorreu durante 14 dias no mar dos Açores descobriram uma floresta de corais negros no fundo do oceano, idêntica à floresta de sequoias existente nos Estados Unidos da América.

“Nós descobrimos zonas que podem ser comparadas às florestas de sequoias que existem nos Estados Unidos”, revelou Telmo Morato, investigador do Instituto Okeanos, da Universidade dos Açores, durante uma conferência de imprensa realizada na cidade da Horta, na ilha do Faial, para apresentação dos resultados de uma campanha oceanográfica realizada a bordo do navio holandês “Pelagia”, durante as últimas duas semanas.

Segundo aquele investigador açoriano, o mar dos Açores dispõe de florestas de corais negros semelhantes às florestas de sequoias norte-americanas, isto de acordo com os “primeiros resultados preliminares” resultantes das análises efetuadas durante a campanha de investigação internacional, efetuada nos mares da região.

“Ainda temos pela frente alguns meses de trabalho para processamento das amostras recolhidas durante esta campanha”, explicou Telmo Morato, recordando que “uma hora de vídeo no mar” corresponde, normalmente, “a um dia de trabalho em terra”.

Segundo este investigador do Okeanos, as primeiras análises demonstram que estas zonas do mar profundo, associadas à Crista Médio Atlântica, são zonas de “grande produtividade, que albergam grandes densidades de organismos e uma biodiversidade muito grande”.

“Descobrimos e encontrámos coisas que já não pensávamos encontrar nos Açores nesta altura, como os grandes jardins de corais negros, que podem viver vários milhares de anos”, realçou aquele investigador, considerando que este projeto “tem sido muito benéfico para a comunidade oceanográfica”.

O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, também presente na conferência de imprensa, entende que “é importante proteger estes habitats”, nomeadamente, os “jardins de corais negros, nesta zona do atlântico”, que considerou serem “símbolos” da biodiversidade existente nos mares da região.

“É preciso investir mais e mais na investigação oceânica”, insistiu o governante, acrescentando que o objetivo destes projetos científicos é garantir que os oceanos continuam “saudáveis”.

A expedição científica decorreu entre 18 de maio e 2 de junho, ao longo da Dorsal Médio-Atlântica, na região dos Açores, e incluiu levantamentos batimétricos, captação de imagens com a missão de cartografar os fundos marinhos, identificar novas áreas que se enquadrem na definição de ecossistemas marinhos vulneráveis e determinar o seu estado ambiental.

A expedição oceanográfica, denominada “Eurofleets+ IMAR: Avaliação integrada da distribuição dos Ecossistemas Marinhos Vulneráveis ao longo da Dorsal Médio-Atlântica na região dos Açores”, conclui que esta zona do arquipélago “poderá suportar mais vida e diversidade” do que estudos anteriores apontavam.

// Lusa

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