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Fisco penhorou alimentos doados para ajudar carenciados do Porto

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A presidente da associação de apoio social do Porto O Coração da Cidade garantiu que não irá pagar a dívida às Finanças que levou à penhora dos bens alimentares já distribuídos a centenas de famílias carenciadas da cidade.

Lasalete Piedade Santos, fundadora da instituição com quase 20 anos, contou à Lusa que a notificação da penhora chegou à instituição na passada semana, quando entraram no sistema guias de transporte de alimentos doados “solidariamente” por hipermercados e que são “logo distribuídos pelas famílias”.

“Isto demonstra a deficiência do sistema”, criticou a responsável segundo a qual a instituição “não pode pagar” aquela quantia e irá “continuar a trabalhar” como até agora.

A dívida em causa, de cerca de quatro mil euros, diz respeito a coimas e custas processuais decorrentes da falta de pagamento de portagens nas antigas SCUT, que a responsável diz ser “uma fraude e uma loucura”, assinalando ter feito e cumprido um plano de pagamento de dois mil euros relativos às portagens.

“Não pago. Se me quiserem levar a tribunal, eu vou. Mas antes de mim têm de se juntar os criminosos que puseram o país nesta situação”, disse à Lusa a fundadora da instituição.

Diariamente, O Coração da Cidade distribui 2.500 quilos de alimentos por 457 famílias, ou seja, “entre 2.200 e 2.300 pessoas”, sendo uma IPSS com ajuda “apenas da sociedade civil” e que “não recebe um cêntimo de apoio do estado”.

Fisco levanta penhora de alimentos doados a associação

Depois da divulgação da notícia, o Ministério das Finanças veio esclarecer que o serviço do Porto determinou o levantamento da penhora de bens alimentares feita à associação de apoio social O Coração da Cidade por dívidas relativas a portagens de ex-SCUT.

“De acordo com a informação prestada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), o Serviço de Finanças do Porto determinou hoje o levantamento da referida penhora realizada nos termos da lei”, informou a tutela à agência Lusa.

O ministério explica que o levantamento da penhora foi feito pelo serviço “após ter confirmado com a respetiva Associação que a mercadoria em causa se destina à realização do fim de utilidade pública que aquela entidade prossegue”

“Esta decisão do Serviço de Finanças do Porto já foi comunicada à Associação”, indica o ministério.

/Lusa

5 Comments

  1. Negar a alimentação a quem mais precisa é crime e um acto de matar.
    Vergonha!!! Este POVO não merece ter o desgoverno que tem. Este governo não tem consciência nenhuma e quem executa as penhoras não tem respeito para com o seu semelhante. Pode ser que um dia lhes aconteça o mesmo. Eu gostava!!!

  2. nao ha muito para dizer desta pouca vergonha a que se chega ja não basta quando estão a porta dos supermercados a pedir e que damos e o miserável asqueroso governo cobra o imposto enfim queima-los vivos seri pouco mas de mal o menos acabou em bem esse escrupuloso funcionário sabendo de quem se tratava dei andamento a coima se metesse mas o focinho num balde de merda ou estava a espera de algo em reembolso! são mesmo uns super miseráveis abençoado sra que faz uma boa obra ja que a miseria do governo e so para encher o cu a bandidos corruptos

  3. Em se aproximando a data das eleições vale tudo; não será que este zeloso funcionário esteja a misturar política com trabalho e é tão zeloso que quanto mais axincalhar o M. das Finanças e o Governo melhor. É mais que evidente que uma penhora destas só tinha um único objectivo; saltar para os noticiários e para os menos atentos é mais uma pedrada no charco da governação. Será que ainda ninguém, com responsabilidade no fisco, se lembrou de ver quantos processos de execução fiscal este Sr. Zeloso terá pendentes na sua secretária e eventualmente quantos já terá deixado prescrever. Era bom que se soubesse tudo isso.

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